A cidade de Barcelos está a preparar uma candidatura para incorporar a rede da UNESCO na especialidade da criatividade, no domínio das artes e ofícios. O anúncio foi feito pela vice-presidente e vereadora da cultura, Armandina Saleiro, na Bolsa de Turismo de Lisboa, na semana passada.
A Rede de Cidades Criativas, promovida pela Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (UNESCO), tem como objetivo estabelecer uma ligação entre diferentes cidades, de forma a apoiar a criatividade cultural, no sentido de que esta se torne num elemento essencial no desenvolvimento económico.
De acordo com a UNESCO, “graças a esta rede, dividida em sete áreas de criatividade, que correspondem à música, literatura, artesanato/artes e ofícios, design, media arts, gastronomia e cinema – as cidades podem partilhar as suas experiências e obter apoio mútuo, desenvolvendo competências e aumentando a presença nos mercados nacional e internacional”.
A vereadora socialista contou que só a cidade italiana Fabriano tem esta certificação, em toda a Europa. No resto do mundo, são 19 as cidades criativas da UNESCO, na área do artesanato: Aswan (Egipto), Fabriano (Itália), Santa Fé (EUA), Icheon City (Coreia do Sul), Hangzhou (China), Paducah (EUA), Suzhou (China), Pekalongang (Indonésia), Nassau (Bahamas), Jingdezhen (China), Jacmel (Haiti), San Cristobal de Las Casas (México), Duràn (Equador), Lubumbashi (Zâmbia), Al Ahsa (Arábia Saudita), Isfahan (Irão), Bamiyan (Afeganistão), Jaipur (Índia) e Sasayama (Japão).
De acordo com Carla Oliveira, mestre em Economia e Gestão das Cidades, pela Universidade do Porto, “o conceito de Cidades Criativas surge na actualidade como a expressão territorial da Economia do Conhecimento, ilustrando a importância da criatividade no desenvolvimento e crescimento económico das regiões”.
“Estas cidades, por um lado apresentam uma série de características que as tornam mais atractivas para a Classe Criativa, e por outro lado, a Classe Criativa fomenta a existência destas mesmas características”, escreve numa dissertação “Cidades Criativas: o potencial das cidades portuguesas”, apresentada em 2011.