Barcelense foi eleita MVP do Europeu de sub-16 de basquete

A barcelense Ana Ramos, eleita a melhor jogadora do Europeu de basquetebol feminino de sub-16, que decorreu em Matosinhos, íntegra o Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor e sonha ser profissional nos Estados Unidos ou em Espanha.

Aos 16 anos, a vida de Ana Ramos é tudo menos o trivial quotidiano de uma adolescente, repartindo-se entre Macieira de Rates, em Barcelos, onde reside, a Póvoa de Varzim, onde é atleta do Clube Desportivo da Póvoa (CDP), o CAR e a Escola Amélia Rey Colaço, na Cruz Quebrada, onde completou o 11º ano.

Apanhada de surpresa pela escolha para melhor jogadora da Divisão A do Europeu, Ana Ramos assumiu à Lusa a incredulidade pela distinção.

“Ainda não estou em mim, acho que é fabuloso”, confessando-se “surpreendida” pelo prémio que lhe foi parar às mãos, já quem “nem no ‘cinco’ ideal” – no qual também figurou ao lado de Beatriz Jordão – a minhota “contava estar”.

Atleta de sub-16 e sub-19 do CDP, chegou por acaso ao basquetebol, na sequência da ” falta de equipa feminina no pólo aquático”, no então Clube Naval Povoense, que defendeu até aos nove anos, revelou Ana Ramos.

E o sucesso foi uma questão de meses. “Apesar de ser ainda mini, meses depois já estava a jogar pelas iniciadas e nunca mais parei de jogar no escalão acima”, contou a base da seleção portuguesa, vice-campeã da Europa.

E esse percurso fê-la integrar, em setembro de 2014, o CAR do Jamor, passando então a viver num ritmo alucinante, que começa ao domingo à noite, com a viagem de comboio até Lisboa, “aproveitando o tempo para estudar”.

Já a rotina no CAR divide-se entre “as aulas, os treinos, em alguns dias complementado com ginásio e depois jantar antes de estudar mais um pouco”, explicando que em função disso não tem a “liberdade” que muitas raparigas da sua idade têm para se divertir.

 

“Tenho de aproveitar todo o tempo livre para estudar, porque o resto é para treinar e jogar”, frisou.

O regresso ao norte acontecia à sexta-feira, com chegada ao Porto pela 19:00 e mais uma corrida até à Povoa de Varzim, onde o treino se iniciava às 19:45, para, só depois, poder finalmente juntar-se à família antes de enfrentar, por vezes, dois jogos no fim de semana.

Tal como no basquetebol, também na escola Ana Ramos está um ano adiantada e a meta, em termos académicos, é o curso de Ciências da Nutrição.

Se as férias para os demais alunos começaram em junho ou julho, o estágio da seleção e o Europeu retirou-lhe parte desse período, só hoje iniciando a pausa – cerca de três semanas antes do regresso às aulas.

Tendo como referências no basquetebol feminino português Mary Andrade [de quem recebeu no domingo a distinção de melhor jogadora] e Sofia Ramalho, Ana Ramos sonha ser profissional e gostava de jogar Espanha ou nos Estados Unidos.

Apontada como a líder da seleção, a atleta reconheceu o seu papel como base de “mandar nas tropas” e o facto de provir da equipa nacional de sub-18 provocou “uma mudança”, mas “com o desenrolar da prova estivemos cada vez mais unidas e crescemos como equipa”, salientou.

E depois de dar os “parabéns à federação” pelo trabalho feito na promoção do Europeu que resultou numa adesão massiva do público, Ana Ramos olha já para o Mundial de sub-17 com otimismo.

“Como portugueses que somos, nunca antes tínhamos estado num Mundial e, por isso, devemos ir sem pressão nenhuma, com o objetivo de fazer o melhor, estar descontraídas e fazer o que mais gostamos, que é estar lá”, concluiu.

 
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