O Banco Alimentar contra a Fome recolheu, na campanha do último fim de semana, cerca de 114 toneladas de bens no distrito de Braga e 46 no de Viana do Castelo. Em ambos os casos registou-se um crescimento em relação à última campanha física de maio, em 2019. Os responsáveis minhotos do Banco Alimentar salientam a “generosidade” da população num quadro económico em que os preços dos produtos estão a subir.
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“O balanço é muito positivo”, avalia a O MINHO o responsável pelo abastecimento do Banco Alimentar de Braga, Nuno Oliveira. As 114 toneladas e 612 quilos recolhidos representam um crescimento de “quatro toneladas” em relação à campanha de maio de 2019. “O que é bastante positivo, tendo em conta a situação económica”, observa.
Nuno Oliveira salienta a “generosidade muito grande dos voluntários, tanto os que doaram como os que estiveram a recolher” os bens alimentares.
“Neste contexto de aumento dos preços, mais é de realçar o espírito solidário”
No Alto Minho foram recolhidas 46 toneladas de bens alimentares, o que significa um crescimento de 25% face a 2019, aponta a O MINHO o presidente do Banco Alimentar de Viana do Castelo, João Ferreira.
“É um balanço bastante positivo”, avalia o responsável, realçando “as centenas de voluntários nas 68 superfícies do distrito de Viana [onde se realizou a campanha] e os milhares que contribuíram”.
“E neste contexto do aumento dos preços, mais é de realçar o espírito solidário da população do distrito de Viana do Castelo, que se tem revelado muito solidária, sobretudo nas últimas duas campanhas”, refere João Ferreira.
O presidente do Banco Alimentar salienta, ainda, que “o produto recolhido no distrito de Viana será distribuído no distrito de Viana, já a partir de amanhã”.
A nível nacional foram recolhidas 1.695 toneladas
Os Bancos Alimentares contra a Fome recolheram 1.695 toneladas de alimentos, durante o fim de semana em que decorreu a campanha nacional, disse hoje a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
“Fizemos mais 72 toneladas do que em maio de 2019, mais 4,4%, apesar do aumento dos preços” dos alimentos, no contexto atual, afirmou à Lusa Isabel Jonet, sublinhando “um resultado extraordinário”.
“Os portugueses são extraordinários. É comovente”, salientou.
Os alimentos recolhidos vão começar a ser distribuídos já a partir da próxima semana, contribuindo para ajudar a suprir as necessidades alimentares de cerca de 400 mil pessoas, apoiadas por 2.600 instituições, quer através de cabazes de alimentos, quer através de refeições confecionadas servidas em lares, creches, apoio domiciliário, cantinas sociais, entre outro, indicou a responsável, em comunicado.
Os alimentos mais doados foram produtos não perecíveis, como leite, arroz, azeite, massas, açúcar, cereais de pequeno almoço, bolachas, grão e feijão, acrescentou.
Quanto aos pedidos de ajuda, Isabel Jonet disse estarem a aumentar, “não só por parte das pessoas, como por parte das instituições, porque muitas ainda não viram renegociados os seus acordos com a Segurança Social e têm que dar a resposta nas valências de lares e de creches, a fazer a comida, e está tudo mais caro”.
A recolha de alimentos promovida pelos Bancos Alimentares regressou neste fim de semana aos supermercados, na primeira campanha depois do confinamento imposto pela pandemia da covid-19, envolvendo cerca de 40 mil voluntários.
Até 05 de junho, decorre também a campanha “Ajuda de Vale”, com vales disponíveis em todos os supermercados, cada um com um código de barras específico, correspondente ao alimento selecionado para doação, cujo valor é acrescentado no ato do pagamento, ou no ‘site’ www.alimentestaideia.pt, um portal de doações ‘online’.
Em dezembro de 2021, os 21 Bancos Alimentares conseguiram angariar 1.680 toneladas de alimentos, que contribuíram para a alimentação de mais de 380.000 pessoas com carências comprovadas, identificadas pelas cerca de 2.500 instituições e entidades que operam no terreno, acompanhadas pelo Banco Alimentar da respetiva região, de acordo com dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
“Agradecemos a todos quantos participaram, doando alimentos e com voluntariado. Uma vez mais os portugueses acolheram de forma generosa e entusiástica o desafio dos Bancos Alimentares e continuaram a alimentar esta ideia, contribuindo com a sua ajuda individual para dar uma grande ajuda coletiva às 400 mil pessoas que se confrontam ainda com carências alimentares, apesar do contexto inflacionista que se vive atualmente”, destacou Isabel Jonet, na mesma nota.