Baleado junto aos bares da UMinho em Braga diz não reconhecer agressores

Principal suspeito garante que nem sequer estava no local
“Fire” (foto à esquerda) e “Joelinho” (à direita). Foto: O MINHO

O único julgamento de um dos diversos casos de tiroteios envolvendo jovens conotados com os grupos rivais das Enguardas e do Fujacal que não ocorreu em nenhum dos bairros opositores, mas na zona dos bares académicos, ficou marcado por uma grande surpresa: o facto de a vítima agora afirmar que, afinal, já não reconhece os dois arguidos como tendo sido quem o agrediu, um dos quais o teria baleado, contrariando o que disse à PJ de Braga.

Elton M., de 24 anos, solteiro, técnico de fibra ótica, disse aos juízes da Instância Central Criminal de Braga “não ter a certeza” que quem o agrediu, perseguiu e baleou na madrugada de 28 de maio de 2021 foram os dois arguidos que então afirmou serem aqueles que estão a ser julgados, Sandro P. (“Joelinho”) e Rui C. (“Fire”), o primeiro de 20 anos, em prisão preventiva, e o segundo de 31 anos, agora com obrigação de permanência na habitação (vulgo prisão domiciliária), estando ambos acusados de tentativa de homicídio na forma qualificada, contra o jovem da zona do Fujacal, Elton M., para além de posse de armas proibidas, o que negam.

Por insistência do procurador da República, Elton M., de ascendência africana, com residência na zona do Fujacal, em Braga, acabou, no entanto, por admitir “só ter a 50 por cento de certeza” que serão aqueles mesmos dois arguidos, levando a que os três juízes do Tribunal Coletivo o confrontassem com as declarações anteriores, na Polícia Judiciária de Braga, segundo as quais teriam sido “Joelinho” e “Fire” a agredi-lo e a correr atrás de si, mas agora o jovem diz “não saber se eram mesmo eles”, isto é, nem um, nem o outro.

“Joelinho” desmente tudo

O principal arguido do processo, “Joelinho”, prestou declarações, ao contrário de “Fire”, desmentindo logo a autoria dos tiros e dizendo mesmo que nem sequer esteve no local dos disparos, enquanto a vítima afirma não ter agora a certeza quem foram os agressores, mas reconhecendo que os dois arguidos teriam caraterísticas parecidas com os agressores.

“Joelinho” começou por afirmar, no julgamento, desconhecer a existência de guerras, entre grupos rivais do Fujacal e das Enguardas, dois bairros sociais de Braga. Acrescentou não ter sido o autor dos disparos, nem sequer estando presente no local do tiroteio, acrescentando que nessa data e hora se encontrava em casa com a sua namorada.

O jovem, preso preventivamente em Braga, acrescentou que não saía de casa para bares, nessa altura, por estar em luto devido à morte de um seu irmãos mais velho, além de não consultar redes sociais, por ser contrário aos seus usos e costumes. Acrescentou, ainda, que nunca usa armas e os invólucros encontrados no seu carro terão de ser de alguém a quem dava boleia, não se recordando de quem, por dar boleia a muita gente, reiterando aos três magistrados ser inocente de todas as acusações que pendem contra si.

 
Total
0
Partilhas
Artigo Anterior

João Rendeiro encontrado morto na prisão

Próximo Artigo

Bombeiros de Monção vão ter segunda equipa de intervenção permanente

Artigos Relacionados
x