Aventureiros de Viana vão fazer 4.000 km no deserto com carro com 30 anos e “quase todo original”

Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

Pedro Prieto e Filipe Silva saíram, esta quarta-feira, desde Viana do Castelo para cerca de 1.500 quilómetros até Marrocos. Esta ligação será apenas o início de um “sonho” que é levar um Volvo com 30 anos, e preparado por jovens estudantes de 17 anos, até ao final da edição de primavera do Maroc Challenge.

A prova tem início na sexta-feira, em Er-Rachidia, e terá muita areia desde o primeiro dia com etapas no deserto. “Vamos fazer as rotas das etapas do Paris-Dakar da década de 70”, explica Pedro Prieto, em declarações a O MINHO.

Os dois pilotos de Viana do Castelo vão conduzir os cerca de 4.000 quilómetros da corrida “a meias”.

Volvo 850 GLT

O carro que vai alinhar nesta aventura é um Volvo 850 GLT de 1993, um “clássico” portanto.

Foi todo preparado por do curso de mecatrónica automóvel, da Escola Profissional e Tecnológica Profensino, em Penafiel. “Quem nos preparou o carro foram miúdos de 16 e 17 anos, nós vamos ser os pilotos-cobaias”, brinca Pedro Prieto.

A maior dificuldade será ultrapassar os troços com um automóvel que apenas sofreu ligeiras modificações. “O carro vai quase todo original”, disse. Apenas levou uns pneus para todo-o-terreno, umas suspensões novas, uma proteção de carter e os estudantes fizeram ainda uma revisão completa ao motor.

“O nosso objetivo é fazer o que fazem os carros de dois milhões de euros com um carro de 5.000 euros fazer isso”, atira Prieto.

Acredita que o carro está “bem preparado” para “ir e voltar”. “Não vamos tanto à espera de classificação, o foco é ir e voltar”, refere.

Os 4.000 quilómetros serão divididos ao longo dos nove dias, com etapas longas feitas na maioria em terra e areia. Contudo, a organização do Maroc Challenge promete zonas de de pedras, que serão rápidas, exigentes e precisarão de muito cuidado com a mecânica e navegação, pois neles é sempre fácil encontrar algum obstáculo inesperado.

As precauções são redobradas tendo em conta que os pilotos de Viana do Castelo não levam equipa de assistência. “Nós próprios é que vamos ser os mecânicos”, contou.

“Sonho de criança”

Para além de umas lições de mecânica ao longo dos últimos meses, também tiveram preparação física para aguentar a exigente aventura que têm pela frente.

Um desafio grande, mas movido por um gosto antigo. “A nossa infância foi toda a acelerar na Rampa de Santa Luzia e em brincadeiras no monte”, explicou. É, por isso, uma paixão de sempre e esta oportunidade será o realizar de um “sonho de criança”.

 
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