Candidato à presidência da câmara pelo MAS em Barcelos, Vasco Santos é assistente operacional no hospital do concelho, e tem na saúde uma de suas prioridades do planeamento. O político critica a atual gestão e quer também ter águas 100% públicas.
Como apresentaria o seu concelho a uma pessoa de fora?
Barcelos é um concelho com imenso potencial a vários níveis, é o concelho do país com maior número de freguesias, tem proximidade ao mar, a grandes cidades e à Galiza, tem o rio Cávado a passar no meio da cidade de Barcelos e possui um enorme potencial económico, humano e cultural. Apesar de todas estas condições, esse potencial tem sido negligenciado e em alguns casos refreado pela relação promíscua entre interesses económicos e os sucessivos executivos, que têm asfixiado o concelho com o peso de negócios ruinosos como o da água.
Como avalia o actual mandato do presidente da Câmara?
O actual Presidente Costa Gomes, logo na sua primeira candidatura tinha como principal proposta acabar com o ruinoso negócio das Águas de Barcelos, o que não foi cumprido nem se vê vontade para tal, e como este exemplo no resto foi mais do mesmo.
Não houve uma aposta clara que levasse ao desenvolvimento do concelho.
Para dar alguns exemplos, na cultura, Barcelos continua a ser um dos concelhos pior servido do Quadrilátero (Braga, Guimarães, Famalicão, Barcelos) sendo o único sem uma sala para espectáculos digna desse nome. Temos um Hospital carenciado e à beira da ruptura, e das promessas que se ia construir um novo ficou-se por ai não se vendo por parte da câmara uma pretensão de lutar para que se efective a construção desta infra-estrutura tão importante. O Rio Cávado continua votado ao abandono, poluído nada se fazendo para o recuperar e concretizar todo o seu enorme potencial. As ligações quer ferroviárias quer rodoviárias continuam entre as piores das quatro cidades citadas, não satisfazendo as necessidades dos cidadãos. Ou seja pouco ou nada mudou da política praticada pelo anterior executivo PSD/ Fernando Reis.
Quais são as suas prioridades para o futuro do seu concelho?
Existe muito a fazer em muitas áreas mas as que nos parecem centrais são a construção de um novo hospital e ter umas águas 100% públicas. Uma porque o actual hospital já não tem meios humanos nem materiais, ou mesmo infra-estrutura para responder às necessidades de 155 mil habitantes em 2 concelhos. e a outra porque é um negócio vergonhoso em que o executivo do PSD à época, liderado por Fernando Reis, concessionou a água com benefício para a concessionária e lesando o interesse público. Os preços subiram 80% só no primeiros 5 anos, a qualidade do serviço desceu e já custa uma dívida de 172 milhões de euros. Costa Gomes, candidato do PS, venceu as eleições de 2009 com a promessa de reverter este processo mas passados 8 anos tudo continua na mesma. Apesar de considerar que estas são as duas questões centrais, o MAS acha que é preciso resolver outras questões como o problema dos transportes dentro do concelho, a situação de abandono a que chegou o rio, a falta de apoio à cultura ou o flagelo da violência doméstica. Há muito por fazer no nosso concelho, muito tem sido prometido nos últimos anos mas as coisas continuam por fazer.
Como pretende fazer o diálogo com os concelhos vizinhos?
O diálogo com os concelhos vizinhos é fundamental para resolver muitos dos problemas de Barcelos pois grande parte deles são comuns, por exemplo as consequências dos cortes nos serviços públicos e o desinvestimento por parte do estado. Por outro lado existem problemas que têm de ser tratados em conjunto pois são um problema comum como o caso da poluição no rio Cávado que necessita um empenho e investimento conjunto por parte dos vários municípios por onde passa ou a questão dos transportes públicos e a mobilidade dentro do distrito. Defendemos que esse dialogo tem de ser feito na base da aproximação das pessoas, na melhoria de condições de vida delas e na resolução dos problemas comuns.
*O Minho tentou contato com todos os candidatos do concelho.