Autarca reage às críticas sobre obra em cascata no Gerês: “Quem manda em Terras de Bouro são os terrabourenses”

Manuel Tibo diz há parecer do ICNF
Fotos: Joaquim Gomes / O MINHO e DR

Manuel Tibo, presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, rebateu as críticas feitas ao projeto do miradouro nas “Cascatas de Tahiti”, dizendo que a intervenção tem o parecer do ICNF e garantiu que a obra arranca no dia 01 de agosto.

“O objetivo é vedar os locais mais perigosos e garantir condições de visitação em segurança”, apontou, lembrando os vários acidentes, alguns mortais, que já ocorreram no local.

Em relação às críticas da FAPAS, Tibo disse que são “legítimas” mas sublinhou que “quem manda em Terras de Bouro são os terrabourenses” e que a Câmara, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e o ICNF “estão de mãos dadas nesta empreitada”.

“Não é a FAPAS que vai gerir o nosso território”, referiu, sublinhando que “antes de existir a FAPAS sempre os terrabourenses souberam zelar pela joia da coroa do seu território”.

As obras consistem na criação de uma estrutura metálica que servirá como miradouro para as cascatas.

Incluem a colocação de gradeamento ao redor da cascata para melhorar a segurança dos visitantes.

A FAPAS diz que não desconhece a sucessão de acidentes naquele local, mas atribui-os à “impreparação para andar na serra e à temeridade de alguns”.

Sublinha, no entanto, que aquela cascata “não oferece maiores perigos do que fazer percursos pedestres na restante área do PNPG, ou noutra área montanhosa, por quem não esteja preparado para a montanha”.

“Com medidas mais simples e baratas do que as anunciadas, o problema resolvia-se”, defendem a associação ambientalista.

mas ambientalistas querem travar a intervenção.

Em comunicado ontem divulgado, a Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) diz que se trata de “uma espécie de circo, transformando um troço de paisagem natural, das mais valiosas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, num cenário completamente artificial e urbano”.

A FAPAS diz que vai pedir ao Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) para travar a obra e que, se já houver licenciamento, apelará à ministra do Ambiente para o revogar e “responsabilizar disciplinarmente os autores”.

Como O MINHO avançou em primeira mão, a Câmara de Terras de Bouro vai investir 205 mil euros para conferir condições de segurança à visitação das chamadas “cascatas do Tahiti”.

 
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