Autarca do Porto defende polo de formação de polícias no Norte: “Podia ser em Famalicão ou Braga”

Rui Moreira
Foto: DR

O presidente da Câmara do Porto saudou hoje a chegada de 17 novos agentes à Polícia Municipal, mas asseverou que esse reforço é insuficiente, defendendo um polo para formação de polícias no Norte do país.

“Este reforço [de 17 novos agentes para a Polícia Municipal] é claramente insuficiente para os atuais desafios de segurança urbana e rodoviária no Porto. É preciso, por isso, investir mais na vigilância e na defesa da nossa comunidade” para ser possível garantir a “salvaguarda de direitos fundamentais, como a liberdade individual, a livre circulação, a integridade física e moral, aspetos tantas vezes esquecidos e a proteção de pessoas e bens”, alertou Rui Moreira, à margem da apresentação do novo programa de policiamento de proximidade no Porto que entra hoje em vigor.

Rui Moreira revelou que disse à ministra da Administração Interna que era conveniente olhar para a possibilidade de o Norte ter um polo para uma escola de polícias. Apenas existe uma em Portugal e fica em Torres Vedras, no distrito de Lisboa.

“Seria interessante ter um polo da polícia aqui em cima. Não tem de ser no Porto, podia ser em Famalicão, podia ser em Braga, podia ser em Paredes. Mas também isso era importante para que as pessoas que queiram abraçar esta profissão não tenham de fazer a sua formação tão longe de casa”, declarou aos jornalistas, salvaguardando que são matérias que “têm de ser vistas pelo Governo”, mas destacando a atenção sobre uma sociedade que está “a mudar”.

O presidente da Câmara do Porto reiterou o pedido ao Governo para que cumpra promessas e forneça mais agentes para a Polícia Municipal e PSP, e que permita a colocação das câmaras de videovigilância guardadas há meses em caixotes.

“A maior ajuda que nos podem dar é fornecer os polícias municipais que nos prometeram. A segunda ajuda que nós precisamos é quando o município investe em câmaras de videovigilância, articulado com a PSP (Polícia de Segurança Pública), depois não tenhamos que guardar as câmaras durante meses nos caixotes, porque a PSP, o Ministério da Administração Interna não resolvem o problema. A terceira coisa que nós precisamos é que haja mais agentes da PSP. (…) Neste momento, por muito esforço que a PSP faça – isto não é uma crítica à PSP, nem aos seus agentes -, nós temos hoje uma fraquíssima cobertura por parte da PSP e isso é absolutamente fundamental. Nós exigiremos sempre”, disse.

Rui Moreira declarou aos jornalistas de que a cidade sofre elevada pressão na segurança devido a uma população flutuante e, “mais do que promessas”, gostaria de ter “empenho” da parte do Governo.

“A cidade do Porto é uma cidade que tem hoje uma população flutuante muito grande. E não estamos sequer a falar de turistas. Os números que nós temos é que cerca de um terço das pessoas que durante o dia estão na cidade do Porto não são de cá, portanto, nós somos uma metrópole e precisamos de ter um acompanhamento policial que represente e que seja equivalente àquilo que são as pressões que hoje de abatem sobre a cidade”, afirmou.

Segundo António Leitão da Silva, comandante da Polícia Municipal do Porto, e que esteve presente na cerimónia, há atualmente na cidade “210 agentes da Polícia Municipal”, mas começaram com 60 agentes.

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e o comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão da Silva, lançaram hoje o novo programa de Policiamento Comunitário, uma iniciativa que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido junto das comunidades escolar, sénior e sem-abrigo.

O novo projeto vai colocar agentes municipais ainda mais próximos da população, designadamente junto de centros de dia, lares de idosos, creches e escolas.

 
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