O Presidente da Câmara de Vila Verde não presta qualquer declaração sobre o seu alegado envolvimento na escolha da atual chefe de divisão financeira da autarquia no concurso para aquele cargo, em 2009.
Fonte ligada ao processo contatada por O MINHO confirma que “António Vilela não presta, para já, nenhuma declaração” e que “irá aguardar” pelo desfecho da investigação em curso “para tomar uma posição pública, caso seja necessário”.
Há cerca de um mês e meio, o autarca foi constituído arguido por, alegadamente, ter influenciado a escolha de Sofia Sampaio para o cargo de chefe de divisão financeira do Município.
A denúncia anónima foi feita em 2017 tendo a Polícia Judiciária encetado, então, as diligências, nomeadamente, com o pedido de vária documentação referente ao assunto. E passou, depois, para a alçada da justiça.
O caso está a ser investigado pelo Ministério Público e em causa estão alegados crimes de prevaricação e participação económica em negócio. Segundo fonte judicial, o processo de averiguações ainda está a decorrer e “não há qualquer decisão sobre o seu desfecho”, isto é, se é arquivado ou avança para julgamento.
A público veio também, a informação que António Zamith Rosas, à data vereador da Câmara de Vila Verde e actualmente na Câmara de Braga, Ângela Costa, a então chefe da divisão jurídica do Município, e António Ferraz foram também constituídos como arguidos.
Concurso ‘à medida’
No centro desta investigação, iniciada pela Polícia Judiciária e agora nas mãos do Ministério Público, está o concurso para o cargo de divisão financeira “feito ‘à medida’” para que a escolha recaísse em Sofia Sampaio, na altura sem qualquer vínculo à autarquia.
A mesma fonte ligado ao processo lembra que “não houve mais nenhum candidato a este concurso” e portanto, a escolha recaiu em Sofia Sampaio que “cumpria os requisitos concursais”.
No entanto, a investigação tem dúvidas sobre esta matéria, nomeadamente, porque há documentos ilegíveis ou em falta. Neste processo já foram ouvidas várias pessoas, presidente da Câmara incluído, e segundo foi possível confirmar, “o caso ainda não está fechado e outras diligências estão a ser efetuadas”.
O autarca remete-se, para já, ao silêncio e “se for conveniente e necessário” tomará uma posição sobre esta matéria.