O presidente da Câmara de Viana do Castelo anunciou ter pedido uma reunião ao secretário de Estado da Cultura face à falta de financiamento da companhia de teatro da cidade, que suspendeu a programação até final de 2016.
Em comunicado o autarca socialista José Maria Costa revela que quer dar “nota” a Jorge Barreto Xavier da “importância da companhia profissional e do teatro para a região, assim como dos apoios para a cultura e designadamente para o teatro”.
A suspensão da programação até final de 2016 foi anunciada, na terça-feira, em conferência de imprensa, pela presidente da direção do Teatro do Noroeste – CDV e diretora artística da companhia, Elisabete Pinto, alegando estar aguardar uma decisão ao recurso que a companhia apresentou junto da DGArtes pela exclusão da candidatura que submeteu aos apoios diretos do Estado.
Em causa está uma candidatura de 100 mil euros para dois anos de atividade apresentada pelo Teatro do Noroeste – CDV em janeiro passado ao concurso de apoio direto promovido pela Direção Geral das Artes (DGArtes). Segundo Elisabete Pinto, a lista das companhias a apoiar nos próximos dois anos deveria ter sido conhecida no prazo de 60 dias, após a entrega de candidaturas, mas tal só veio a acontecer 120 dias depois.
A responsável adiantou terem sido aprovadas 36 candidaturas a nível nacional e, “apesar de elegível”, o projeto da companhia profissional de Viana do Castelo “ficou na 38.ª posição, não sendo apoiado por falta de verbas”.
Elisabete Pinto sublinhou que apesar da DGArtes “ter suprimido a audiência de interessados, alegando não querer atrasar o processo em mais 15 dias”, a companhia da capital do Alto Minho decidiu apresentar recurso, que terá que conhecer uma decisão até 22 de julho.
“A decisão sobre os apoios que incidem sobre a programação de janeiro deste ano já só será conhecida no segundo semestre. É um absurdo, e uma lâmina que pende sobre a cabeça dos criadores”, sustentou na altura.
Na missiva enviada ao secretário de Estado da Cultura e onde solicita a reunião, José Maria Costa lembrou que a autarquia “tem apoiado o Teatro do Noroeste-CDV que, nos últimos anos, praticamente tem trabalhado sem apoios do Estado”.
O autarca defendeu a necessidade “de uma mudança de atitude das entidades financiadoras para com grupos que promovem as artes e a cultura, já que esta será a forma de garantir a existência de grupos como o Teatro do Noroeste-CDV”.
Criada em dezembro de 1991 a companhia tem como principal objetivo “a criação artística e formação de públicos no Alto Minho”.
Em 23 anos de atividade apresentou 122 criações que contaram com quase 450.000 espetadores.