A Câmara de Terras de Bouro rejeita as críticas do PAN (Partido Animais e Natureza) e da FAPAS (Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade) acerca da obra, já em fase de estaleiro, para garantir a visitação em segurança na zona da chamada Cascata do Tahiti.
“Estamos aqui para preservar o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), mas também para garantir que as pessoas possam usufruir das suas belezas naturais, sem caírem, magoando-se gravemente”, disse Manuel Tibo a O MINHO.
O autarca salienta que, as obras que o Município e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) fizeram, nos últimos anos em locais igualmente perigosos, garantiram a segurança dos visitantes.
“Passou a haver zero acidentes”, sublinhou, vincando que, “o mais importante é a integridade física ou mesmo a vida das pessoas”.
Manuel Tibo, do PSD, contesta também a posição da FAPAS, segundo a qual estaria em perigo a qualificação do Parque como “Nacional”, dizendo que foram as populações e o seu Município, quem sempre conservou o património ambiental e humano do Gerês.
“Houve décadas em que isto esteve quase abandonado. Felizmente, nos últimos anos, a Câmara e o ICNF têm trabalhado para resolver os problemas, antes do mais, daqueles que aqui residem”, sublinha.
Não há desclassificação
O edil diz,ainda, que não há perigo nenhum de desqualificação do Parque Nacional – que tem no Gerês o seu núcleo mais importante – acusando a FAPAS de “andar desligada da realidade”. Garante, ainda, que o projeto para a cascata em nada afeta os valores ambientais e paisagísticos da zona”
“A verdade é que os núcleos essenciais do Gerês, como a Mata da Albergaria, que é reserva da bioesfera da UNESCO, e todas as outras valências ambientais têm sido preservadas e mantidas, porque o PNPG é uma estrutura viva, porque habitada”, salientou.
Sobre o facto do presidente da FAPAS, o biólogo Nuno Gomes Oliveira, ter dito que ainda Manuel Tibo não era nascido já ele frequentava o Parque Nacional, o autarca anota que, “quem preservou estas terras serranas, incluindo a defender as fronteiras, foram, ao longo dos séculos, as populações”.
“Entre as quais se contam os seus antepassados, por exemplo, os meus avós”, atira.
Nos últimos dias, o local foi, também, visitado pelo deputado comunista na Assembleia da República, Alfredo Maia, o qual anunciou que o PCP vai interpelar a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, “acerca das características das obras e das suas implicações paisagísticas”.
Manuel Tibo recusa-se a comentar as declarações do parlamentar, o que faz, desde logo, “por respeito à memória do pai – que era comunista – e aos vários amigos que tem no partido”.