Autarca de Terras de Bouro “completamente a favor” do aumento das penas para incendiários

Manuel Tibo
Autarca de terras de bouro "completamente a favor" do aumento das penas para incendiários
Foto: DR / Arquivo

O presidente da Câmara de Terras de Bouro, município do distrito de Braga e integrante do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), assumiu hoje ser “completamente a favor” do agravamento das penas para incendiários, medida já admitida pelo Governo.

“Em relação às penas, é lógico que sou completamente a favor. Não pode passar impune que este prejuízo de âmbito natural, ambiental e também porque Portugal não é um país rico, que agora qualquer cidadão possa criar este prejuízo ao país e não ter uma pena condizente com esse prejuízo. Sou completamente a favor do aumento das penas”, defendeu Manuel Tibo.

Manuel Tibo (PSD) falava aos jornalistas na localidade do Campo do Gerês, após a visita dos ministros da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, e da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a vários zonas do PNPG afetadas pelo incêndio que deflagrou a 26 de julho, em Ponte da Barca e que se alastrou ao concelho vizinho de Terras de Bouro, tendo sido dominado a 03 de agosto.

Na quinta-feira, a ministra da Administração Interna admitiu avançar com o agravamento das penas relacionadas com o crime de incêndio florestal, considerando também que deve ser dada prioridade na investigação deste tipo de crime.

Para o autarca de Terras de Bouro “tem de ser feita justiça” no que aos incêndios florestais diz respeito.

“Apurar os factos, perceber o que é que se passou e qual o prejuízo. E, na verdade, tem de haver aqui umas penas associadas. Se entenderem que incendiarem um parque empresarial, a serra ou os parques naturais, se o cidadão perceber que as penas são muito pequenas, andamos aqui todos os anos a brincar um bocado aos fogos”, alertou Manuel Tibo.

Para o presidente da Câmara de Terras de Bouro, os prevaricadores “têm de perceber que as penas têm de ser associadas ao crime que estão a cometer”.

“Se há um prejuízo para o país, para as populações e também para a propriedade privada, tem, efetivamente, de haver um aumento das penas, que eu espero que seja um motivo dissuasor para que nos próximos anos possamos ter menos incêndios”, sublinhou o autarca.

O ICNF revelou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

Em conferência de imprensa realizada na quinta-feira após a reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, disse que uma das decisões tomadas nesse dia pelo Governo prende-se com o “alterar a política criminal, dando maior prioridade a um eventual agravamento do quadro sancionatório dos crimes relacionados com a geração de incêndios”.

“Neste contexto, parece haver largo consenso quanto ao facto de termos vindo a aprender, infelizmente, que o chamado crime de incêndio florestal causa grave dano comunitário e, por isso, deve ter nesta lei de política criminal uma consideração especial, nomeadamente quanto à prioridade que deve ser dada na sua investigação”, acrescentou a ministra.

O objetivo será que estas orientações, acrescentou ainda Maria Lúcia Amaral, estejam refletidas na lei de política criminal para o biénio 2025-2027.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Mais de 1. 800 hectares de área ardida no concelho de terras de bouro

Mais de 1.800 hectares de área ardida no concelho de Terras de Bouro

Próximo Artigo
Comboio porto-vigo com transbordo em viana

Comboio Porto-Vigo com transbordo em Viana

Artigos Relacionados