O presidente da Câmara de Fafe, Raúl Cunha, admitiu hoje alguma ingenuidade por parte da autarquia por ter deixado acontecer o concerto de Carlos Pires no passado sábado, que juntou centenas de pessoas, a grande maioria sem máscara ou qualquer distanciamento social.
Durante a reunião de Câmara, divulgada pela Fafe TV, o autarca confessou ainda sentir-se “muito incomodado, triste e perplexo” pelo que aconteceu e anunciou que irá indagar os contornos do sucedido.
“Queria dizer que ordenei a realização de um inquérito para se perceber de forma clara minuciosa e detalhada o que aconteceu”, sublinha Raúl Cunha, explicando que o artista em questão, Carlos Pires, abordou a autarquia para que esta deixasse disponível o palco no centro da cidade para “a apresentação de um novo trabalho”.
“Nós, com todas as cautelas que a situação obriga, mostramos disponibilidade par autorizar que ele fizesse essa utilização, mas vincando bem que era uma questão dele, que teria de respeitar as orientações da DGS”, explica.
“O nosso apoio limitou-se a ceder a utilização do palco, dar luz para ligar o som e manter as grades, e isso demonstra a nossa preocupação em mostrar qual o espaço que podia ser ocupado, e como devia ser ocupado”, salienta.
Apontando pela oposição por ter divulgado o concerto nas redes sociais da autarquia, Raúl Cunha refere que não houve divulgação, apenas “um post no Facebook”.
“E vincámos bem que era a apresentação de um CD, e não de um concerto, mas mesmo assim não houve anúncios nos jornais nem outdoors porque não era uma iniciativa nossa, era do artista que nos pediu”, refere.
“Estas coisas são de evitar, aquilo não deveria ter acontecido, houve alguma ingenuidade da nossa parte ao achar que eles se autoregulavam e não avançariam para um espetáculo que não estava previsto”, finaliza.