O presidente da Câmara de Esposende criticou hoje o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do Governo, afirmando que é “mais do mesmo”, dirigido a “grandes empresas e obras” e que devia “deixar mais verbas” para as autarquias.
Em declarações à Lusa, Benjamim Ferreira afirmou que aquele “documento não corresponde às expectativas do concelho de Esposende”, afirmando que “há obras que deviam ter no plano financiamento e não têm”.
O autarca apontou como exemplo “o financiamento do Parque da Cidade, a ponte pedonal e ciclável sobre o rio, a Variante de Ofir (na Estrada Nacional 13, desde o cemitério de Fão até à cidade) e o acesso a zonas industriais”.
“Até entendo algumas das opção, mas é mais do mesmo. Está dirigido para grandes empresas, grandes obras e pouco para as autarquias. Devia deixar mais verbas para as autarquias”, afirmou o autarca.
Benjamim Ferreira admitiu que o município pode concorrer a “alguns dos financiamentos disponíveis, mas que isso também irá depender da forma como são elaborados os concursos porque podem, mais uma vez, não serem acessíveis a pequenas autarquias”.
O PRR, que Portugal apresentou para aceder às verbas comunitárias para fazer face às consequências da pandemia de covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, do clima e digitalização, correspondentes a um total de 13,9 mil milhões de euros de subvenções.
Segundo o Governo, foram definidas três “dimensões estruturantes” de aposta – resiliência, transição climática e transição digital -, às quais serão alocados 13,9 mil milhões de euros de subvenções a fundo perdido das verbas europeias.
No documento, que está desde dia 16 em consulta pública, estão também previstos 2,7 mil milhões de euros através de empréstimos.