Autarca de Cerveira volta a manifestar-se contra hotel em castelo do século XIII

Rui Teixeira quer reverter a construção
Foto: DR / Arquivo

A Câmara de Vila Nova de Cerveira debate com parceiros europeus hoje e na quarta-feira o futuro do castelo do concelho tendo em vista “reverter a instalação de um hotel” no imóvel do século XIII, adiantou a autarquia.

“O executivo cerveirense pretende transformar o Castelo de Cerveira num espaço vivo, culturalmente rico e acessível, servindo como um motor para a educação, cultura e desenvolvimento económico local. Para essa concretização, é preciso reverter o projeto REVIVE e devolver o castelo ao usufruto de toda a população e dos turistas”, descreve a câmara, em comunicado.

A intenção do presidente da autarquia, Rui Teixeira (PS), foi reafirmada a propósito do Encontro Internacional do projeto AR.C.H.ETHICS – Architecture, Citizenship, History and Ethics to shape Dissonant Heritage in European Cities, do programa URBACT IV, que se realiza hoje e na quarta-feira em Vila Nova de Cerveira, explica o município.

Desde o início do mandato, em 2021, que o executivo quer reverter a decisão do Turismo de Portugal que, em 2019, concessionou por um período de 50 anos o castelo tendo em vista a instalação de um hotel no imóvel do século XIII.

O atual proprietário do espaço disse em outubro a O MINHO que a obra de adaptação do imóvel para hotel deve começar no “início de 2025”.

Eurico da Fonseca acusava o presidente da Câmara de Cerveira de obstaculizar o licenciamento da construção do hotel e que, por isso, estava a prejudicar o concelho “em milhões de euros”.

Citado no comunicado divulgado hoje pelo município, o presidente da Câmara destacou que o grupo de representantes europeus pode, “com ideias, testemunhos e experiências diversificadas na revitalização de património dissonante”, testemunhar “a beleza, imponência e importância do castelo para a vila, vendo como o abandono a que está sujeito e debatendo as potencialidades”.

O município é um dos nove parceiros europeus da rede AR.C.H.ETHICS, financiada a nível europeu, e “tem vindo a desenvolver um Plano de Ação Local focado na revitalização e valorização do castelo”, refere a autarquia na nota de imprensa.

De acordo com o ‘site’ da autarquia, a rede AR.C.H.ETHICS “pretende encontrar soluções para construir políticas urbanas sustentáveis com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre novas formas de gestão desse património desafiador”.

O projeto tem ainda por objetivo “abrir novas perspetivas e oportunidades para potenciar o património como atração de investimentos e gerador de oportunidades culturais e turísticas, bem como tornar as cidades mais atrativas e inclusivas”.

Além de Cerveira, integram a rede os municípios de Cesena (Itália), Kazanlak (Bulgária), Cracóvia e Gdansk (Polónia), Bétera (Espanha), Leros (Grécia), Leipzig (Alemanha) e Permet (Albânia).

No castelo mandado construir pelo rei Dom Dinis, classificado como monumento nacional, funcionou, entre 1982 e 2008, uma Pousada de Portugal, encerrada pelo grupo Pestana a pretexto de obras de reabilitação.

 
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