Autarca de Caminha discorda do “ensaio de orgulhosamente sós” da Câmara do Porto

Associação Nacional de Municípios
Autarca de caminha discorda do “ensaio de orgulhosamente sós” da câmara do porto
Foto: DR

O presidente da Câmara de Caminha disse hoje não concordar “com o ensaio de orgulhosamente sós avançado pelo município do Porto” na proposta de eventual saída da autarquia de Rui Moreira da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

“Lamento muito a posição manifestada pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, da qual discordo frontalmente. Tenho grande estima e amizade pelo presidente Rui Moreira, com quem partilho lutas, reivindicações e posicionamentos políticos, muitas vezes em divergência com o meu próprio partido, mas, desta vez, não posso concordar com o ensaio de orgulhosamente sós avançado pelo município do Porto”, afirmou Miguel Alves.

Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista disse que a ANMP “tem na soma política da vontade de todos os municípios do país a raiz da sua força e não é verdade que o seu conselho diretivo e, em particular, a presidente Luísa Salgueiro não esteja mandatada para negociar, em nome de todas as Câmaras Municipais, as linhas gerais do processo de descentralização”.

“Está e ainda há pouco tempo, em congresso realizado em Aveiro e onde o Porto não pode estar presente, foi reforçado esse mandato e essa legitimidade”, reforçou.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse hoje não se sentir em “condições” para passar “um cheque em branco” à ANMP para negociar com o Governo o processo de transferência de competências.

A Câmara do Porto vai também discutir, na próxima terça-feira, a saída da ANMP em consequência do processo de descentralização de competências, o qual pretende assumir de forma “independente” e “sem qualquer representação”.

Para Miguel Alves, que é também presidente do Conselho Regional do Norte, “a ANMP perde fôlego, mas é preciso dizer de forma bem claro que o Porto também perde capacidade de luta e de afirmação nacional”.

“Perde imediatamente, porque se afasta do conjunto dos Municípios do país e perde a prazo porque permite aos adversários do Porto acenar com o medo do centralismo do Porto, como fraca oposição ao centralismo do Terreiro do Paço. Não sou de renegar aquilo em que sempre acreditei e, por isso, repito que a ANMP precisa do Porto, valoriza-se com o Porto. Mas o Porto precisa mais da ANMP e da unidade dos municípios do que neste momento parece ser o seu entendimento”, referiu.

Miguel Alves afirmou não negar “problemas no processo de descentralização, mas essa é uma batalha que se ganha no combate, não na reserva”.

“O Governo tomou posse há poucos dias e é a primeira vez que a Presidente Luísa Salgueiro tem interlocutores no Governo verdadeiramente habilitados a dialogar e decidir sobre estas matérias. Espero que a Câmara Municipal do Porto e que a ANMP se possam entender para podermos continuar a negociar com a Administração Central com todas as nossas armas”, observou.

 
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