Autarca de Barcelos que ensina a exterminar velutinas já prepara nova época de ‘caça’

Foto: António Pereira

António Pereira, presidente da União de Freguesias de Quintães e Aguiar, em Barcelos, conhecido por ser um defensor ativo da erradicação total da praga da vespa velutina em Portugal, já preparou uma nova remessa de armadilhas que irá espalhar nos locais mais críticos de ambas as localidades, evitando assim a procriação de mais vespas ‘rainhas’ e criação de centenas de novos ninhos que se originam a partir da primavera.

“Prontas para serem repartidas pelas freguesias para prevenir a nova época que se aproxima. Trabalhinho de domingo… desistir ainda não está no plano”, declarou o autarca, revelando ainda que foram criadas armadilhas extra para “substituir algumas que se tenham estragado”.

Em novembro do ano passado,

Ao que soube O MINHO, quando António Pereira encontrava-se na freguesia de Aguiar a tentar eliminar um vespeiro ativo de velutinas localizado no topo de uma árvore, um grupo delas investiu em força contra a cabeça do autarca, deixando várias picadas.

Naquele que considerou “um dia difícil na luta contra a vespa-asiática”, uma vez que é alérgico ao veneno, António Pereira, conhecido por já ter eliminado milhares de ‘ninhos’ ao longo dos últimos anos, mantendo as freguesias que representa livres da ameaça, arrancou para o centro de saúde mais próximo, a USF Bom Caminho, a cerca de dois quilómetros, de forma a conseguir ajuda.

Chegado ao local, acabou por desmaiar, situação que motivou intervenção médica de urgência e a chegada do INEM para transportar o presidente da Junta para o Hospital de Barcelos, onde recebeu nova assistência.

António Pereira não se importa de proceder a esta ‘caça’ todos os anos, até porque sente o peso e a responsabilidade de ser poder executivo numa freguesia, mas a verdade é que é ele sozinho a construir as armadilhas – e a parte de “fazer o produto” para colocar no garrafão é mais custosa.

“Já apanhei a técnica para transformar garrafões em armadilhas, é fácil para mim, mas em jeito de desabafo devo dizer que a trabalheira até está mais na parte de fazer o produto”, lembrou em entrevista a O MINHO em 2023, notando que uma vez tentou comprar um produto pré-feito, mas fica mais caro e “não rende nada”, por isso considera que o mesmo, para servir uma freguesia, “é inviável”.

“Uma calda a ser comercializada em grande escala só terá viabilidade nas nossas freguesias se for feito pelo município, com alguém que se dedique a isso, caso contrário, como está agora, é para esquecer”, considera, deixando uma convicção: “Se toda a gente, estou convencido disto, fizesse um bocadinho para acabar com as vespas, elas levavam do nariz para trás”.

 
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