Autarca de Barcelos que ensina a caçar velutinas já espalhou 100 armadilhas e apanhou 13 ‘rainhas’

É ele que as faz em casa
António Pereira é presidente da Junta de Quintiães e Aguiar e um exímio caçador de velutinas. Foto: DR / Arquivo

Nas freguesias de Quintiães e Aguiar, em Barcelos, a temporada de caça à vespa velutina já abriu, assim como a contagem de ‘corpos’ dos insetos invasores que conheceram o destino final dentro de um garrafão armadilhado com fermento de padeiro e açúcar.

António Pereira, presidente da Junta de Quintiães e Aguiar, deitou novamente mãos à obra e, nas últimas semanas, construiu mais de 100 armadilhas com recurso a garrafões de água guardados ao longo do ano. No mercado, onde investe “uns euros”, leva “todo o stock de fermento de padeiro” de uma só vez.

20 litros de solução corresponde a cerca de 40 armadilhas, explica a O MINHO, enquanto faz a contagem da manhã passada a ‘pendurar’ algumas armadilhas e a verificar o resultado noutras que já foram ativadas há alguns dias. “Só ontem fiz mais 18 armadilhas em casa”, revela o autarca.

Foto: António Pereira
Foto: António Pereira
Foto: António Pereira
Foto: António Pereira

Concluído o equipamento, a distribuição ocorre em zonas próximas do monte, onde tradicionalmente estas vespas fazem ‘ninho’, mas também junto a árvores de fruto, não por qualquer fundamento científico, mas apenas pela observação de outros anos.

“Este ano deixámos as armadilhas mais junto a árvores de fruta que se encontram em flor, porque o ano passado apanhámos 41 dentro de uma armadilha junto a uma árvore dessas, e este ano apanhámos lá sete, o número mais elevado até agora”, adiantou António Pereira.

Para já, segundo o autarca, encontraram sete vespas nessa armadilha, cinco noutra e uma solitária num terceiro ‘garrafão’, no total de treze ‘rainhas’ fundadoras.

Quantos aos ninhos primários, ainda não foi avistado nenhum, pois as fundadores ainda estão a sair da hibernação.

Alguns ninhos primários podem ser encontrados no solo. Foto: DR

António Pereira não se importa de proceder a esta ‘caça’ todos os anos, até porque sente o peso e a responsabilidade de ser poder executivo numa freguesia, mas a verdade é que é ele sozinho a construir as armadilhas – e a parte de “fazer o produto” para colocar no garrafão é mais custosa.

“Já apanhei a técnica para transformar garrafões em armadilhas, é fácil para mim, mas em jeito de desabafo devo dizer que a trabalheira até está mais na parte de fazer o produto”, desabafou, lembrando que uma vez tentou comprar um produto pré-feito, mas fica mais caro e “não rende nada”, por isso considera que o mesmo, para servir uma freguesia, “é inviável”.

“Uma calda a ser comercializada em grande escala só terá viabilidade nas nossas freguesias se for feito pelo município, com alguém que se dedique a isso, caso contrário, como está agora, é para esquecer”, considera, deixando uma convicção: “Se toda a gente, estou convencido disto, fizesse um bocadinho para acabar com as vespas, elas levavam do nariz para trás”.

 
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