O presidente reeleito da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, manifestou-se esta sexta-feira disponível para “pontes” com a oposição, de forma a assegurar a governabilidade do município, mas escusou-se a adiantar se essas pontes incluirão a atribuição de pelouros.
“Eu não atribuo nem deixo de atribuir pelouros. Aquilo que eu digo é [que quero] diálogo, é pontes que devem ser feitas. Ver-se-á como é que elas vão ser estabelecidas”, disse o autarca aos jornalistas.
Falando após tomar posse para aquele que será o seu terceiro mandato à frente da Câmara de Barcelos, Costa Gomes desdramatizou o facto de o PS não ter conseguido maioria absoluta, sublinhando que “a gestão camarária é um bocadinho diferente da gestão governativa”.
“Nos municípios, as necessidades de criar consensos são normalmente em processos estruturantes”, afirmou.
Nas autárquicas de 01 de outubro, o PS conseguiu cinco mandatos para a Câmara de Barcelos, a coligação PSD-CDS quatro e o movimento Barcelos, Terra de Futuro dois.
Este movimento é liderado por Domingos Pereira, ex-vice-presidente de Costa Gomes.
No seu discurso, Costa Gomes sublinhou que o resultado de 01 de outubro prova que o eleitorado rejeita “sobressaltos políticos egocêntricos, que não passam de distribuição de promessas e de clientelas e que nada têm a ver com o interesse coletivo”.
“Pior ainda é o recurso aos antigos hábitos caciqueiros e à difamação, velada e velhaca, com que se pretende atingir pessoas de bem e passar um atestado de menoridade política e intelectual ao eleitorado”, acrescentou.
Para Costa Gomes, o resultado das últimas autárquicas significa também que os barcelenses “voltaram a dizer bem alto que rejeitam em absoluto as tentativas intoleráveis de destruição de caráter, às claras ou em surdina, de quem está na vida pública.
“Lamentamos que, 43 anos após o 25 de abril, alguns ainda não tenham aprendido as regras da convivência democrática e que continuem apenas a exibir a sua miséria moral. Mas estes ficarão no rodapé da história, como exemplo de estragos cometidos à sociedade e à democracia”, disse ainda.
Aos jornalistas, e voltando à questão da governabilidade do município, Costa Gomes reiterou que está disponível para o diálogo com todos os vereadores da oposição, à exceção de Domingos Pereira.
“Quer eu quer qualquer vereador da oposição, à exceção de Domingos Pereira, poderemos ter sempre diálogo”, vincou.
Às forças políticas da oposição, Costa Gomes deixou um apelo: “sejam parte da solução e não do problema”.