Atenção, Minho. Vem aí uma grande carga de água no dia 01 (e não é para brincadeiras)

“Pode ser muito grave”, adianta especialista do IPMA
Atenção, minho. Vem aí uma grande carga de água no dia 01 (e não é para brincadeiras)

“Pode ser muito grave!”. O alerta foi deixado hoje a O MINHO pelo meteorologista Jorge Ponte, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em relação a uma superfície frontal de uma tempestade atlântica que irá regar o Minho e a Galiza às primeiras horas do dia 01 de janeiro.

Embora a previsão mostrada hoje pelos modelos europeus não esteja a ser acompanhada na totalidade, encontrando-se ainda em ‘ensemble’ (método de previsão numérica que gera vários cálculos representativos dos possíveis estados futuros do tempo) e à espera de novas atualizações, é “garantido que uma superfície frontal com muita chuva irá atingir o Minho” no próximo domingo.

Jorge Ponte explica que a tempestade do dia 31 para dia 01 está a ser modelada com muita atividade, levando a que a previsão apresentada hoje pelo Centro Europeu se mostre “extremamente agressiva”.

Atenção, minho. Vem aí uma grande carga de água no dia 01 (e não é para brincadeiras)
Modelo europeu mostra, para o dia 29 de dezembro, um rio atmosférico carregado de água entre as Caraíbas e a Europa com uma frente a ser largada no Minho dois dias depois. Imagem: Windy.com

“Pode persistir na região do Minho. É um facto, aliás. É praticamente certo que essa superfície frontal vai passar no Minho e irá persistir mais tempo no Minho, no entanto a intensidade é algo que está para se saber, mas é provável que passe com bastante atividade, mas não se sabe ser será a agora projetada – e esperemos que não, porque é muito grave”, adiantou.

Chuva forte e abundante entre as 08:00 e as 18:00

O atual modelo europeu mostra uma intensa atividade de precipitação que perdurará entre as 08:00 e as 18:00 em todo o Alto Minho, sem tréguas e sempre de forma persistente e abundante. No distrito de Braga, começará mais tarde, mas a intensidade deverá ser a mesma.

O especialista explica que a “esta distância certamente os modelos ainda vão sofrer ajustes, porque, de facto, neste momento, a situação mostrada pelos modelos é de bastante chuva e muita atividade”.

Minho já está habituado

Questionado por O MINHO sobre se este episódio poderá ser muito diferente dos outros que têm ocorrido no Minho desde outubro, o meteorologista explica que pode trazer ainda mais chuva mas que a região já está habituada, muito por causa da orografia, uma vez que as serras do Parque Nacional da Peneda-Gerês retêm massas de ar húmidas e também por causa dos “sistemas de ação”.

“A posição dos sistemas de ação, estão localizados a latitudes mais a Norte, entre as ilhas Britânicas, Islândia e a Galiza/Minho, que é a região onde as frentes chegam com atividade, provenientes de depressões que estão localizadas no Atlântico”, explicou.

Já o Sul do país continua protegido pelo anticiclone, que vai fazendo com que as frentes diminuam de atividade quando descem.

“A situação que ocorreu há pouco tempo na zona Centro e Sul [cheias de Lisboa] foi precisamente porque o anticiclone desceu mais do que o habitual”, esclareceu.

Como é que estas chuvas chegam das Caraíbas

Jorge Ponte explica que estas massas de ar húmidas (chuva) transportadas nas frentes (tempestades) têm origem em regiões tropicais, sobem em altitude, e são depois transportadas para Norte, apanhando na costa leste americana a circulação zonal do vento, que, como é normal do Atlântico, desloca-se de Oeste até à Europa, com a Península Ibérica (e o Minho e Galiza) a funcionarem como portal de entrada.

“Não foi só a do Natal. Muitas outras têm chegado cá dessa forma desde outubro, e por isso é que temos tido esta corrente Oeste-Sudoeste que faz com que a temperatura não desça de forma significativa, como é normal no inverno”, esclareceu.

 
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