Assunção Cristas é a nova presidente do CDS

A comissão política da nova líder do CDS-PP, Assunção Cristas, foi hoje eleita com 95,59% dos votos, mais do que a última de Paulo Portas, mas a direção perdeu lugares no Conselho Nacional.

A Comissão Política Nacional conseguiu 1.191 votos de um total de 1246 votantes (55 brancos), numa percentagem de 95,59% dos votos.

No anterior Congresso, em Oliveira do Bairro (Aveiro), a direção de Paulo Portas tinha sido eleita com menos votos – 85,9% – mas conseguiu eleger mais lugares no Conselho Nacional, o ‘parlamento’ do partido: 58 em 70 lugares.

Ao Conselho Nacional concorreram duas listas: a de Assunção Cristas, que teve como primeiro nome António Lobo Xavier, tendo a primeira conseguido 942 votos (correspondentes a 75,48% e 54 lugares) e a segunda 288 votos (23,08%, 16 lugares).

Também ao Conselho Nacional de Jurisdição concorreram duas listas: a da direção, que conseguiu 957 votos (76,5%), e uma coordenada com Filipe Lobo d’Ávila, encabeçada por Pedro Melo, que foi o único eleito, com 251 votos (20%).

Aos restantes órgãos concorria apenas uma lista: a Mesa do Congresso, que terá novamente como presidente Luís Queiró, foi eleita com 94,4% dos votos, a Mesa do Conselho Nacional, liderada por Telmo Correia, obteve 93,56%, e o Conselho de Fiscalização, presidido por Alberto Coelho, eleito com 94,57% dos votos.

Altino Bessa fez parte de alternativa a Assunção Cristas

Altino Bessa CDS

A lista alternativa à de Assunção Cristas ao Conselho Nacional, encabeçada por Filipe Lobo D´Ávila, obteve 23% dos votos no 26.º Congresso do CDS-PP, o que corresponde a 16 eleitos diretos, disse fonte da lista.

Além dos 16 eleitos diretos, há elementos da lista que têm lugar por inerência, como é o caso de Altino Bessa, pela distrital de Braga, de António Loureiro, presidente da Câmara de Albergaria-a-velha, e do próprio Lobo D´Ávila, pela distrital de Santarém.

No último Congresso, a lista ao Conselho Nacional alternativa à da direção, de Filipe Anacoreta, obteve cerca de 16% dos votos. Filipe Anacoreta está na lista de Assunção Cristas à Comissão Executiva, o órgão restrito de direção.

A lista de Assunção Cistas ao Conselho Nacional é encabeçada por António Lobo Xavier, em segundo lugar Celeste Cardona, seguindo-se João Munoz, Vânia Dias da Silva, Mário Pereira, Pedro Pinto, Durval Tiago, Humberto Batardo, Angêlo Santos.

A lista liderada por Filipe Lobo D´Ávila ao Conselho Nacional inclui Altino Bessa, seguido do ex-secretário de Estado João Casanova de Almeida, Raúl Almeida, o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, o presidente da distrital de Coimbra, Paulo Almeida, José Marcelo Mendes Pinto e Rui Barreiro.

O Conselho Nacional é o órgão máximo entre congressos, uma espécie de parlamento do partido, e integra 70 pessoas, além dos lugares por inerência.

Tal como o Conselho de Jurisdição, o Conselho Nacional é eleito pelo método D’Hondt (proporcional), ao contrário das listas à Comissão Executiva e à Comissão Política Nacional, que são votadas em alternativa.

Nuno Melo promete empenho “total e absoluto”160

Eurodeputado Nuno Melo

O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo, de Famalicão, prometeu hoje empenho “total e absoluto” para que Assunção Cristas tenha uma “liderança de sucesso, prolongada e duradoura” e disse que o seu maior contributo foi “a unidade do partido”.

“Da minha parte lhes garanto, para que não haja qualquer dúvida, o meu empenho será total e absoluto para que a Assunção Cristas tenha uma liderança de sucesso, prolongada e duradoura. O sucesso da Assunção são as vitórias do CDS e se tiver que não ter sucesso – e vai tiver sucesso – ter-me-á com ela a assumir todas as responsabilidades”, afirmou Nuno Melo, perante o 26.º Congresso que decorreu em Gondomar (Porto).

Numa intervenção aplaudida de pé, na primeira ovação depois do discurso de despedida da liderança de Paulo Portas, Nuno Melo atirou também ao atual executivo do PS, que qualificou de “Governo de errata” e condenou o “cartaz alucinado” do BE com Jesus Cristo, que, sem consequência, ofendeu “a fé de milhões de portugueses”.

Nuno Melo disse que não foi generoso quando decidiu não se candidatar à liderança dos centristas, tendo-se limitado “a ser objetivo, fazer uma avaliação e constatar um facto”, de que Assunção Cristas está “em muito melhores condições para liderar o CDS” do que ele neste momento.

“E quis dar ao CDS no momento em que o melhor de nós sai – ficando mas sai-, aquele que pode ser o meu maior contributo: a unidade do partido”, declarou.

Nuno Melo dedicou parte substancial do seu discurso a atacar o executivo liderado por António Costa e apoiado pela maioria de esquerda no parlamento, considerando que “este Governo é um equívoco, este Governo é uma errata”, porque “tem simplesmente um problema com a verdade” e choca de frente com ela.

“Fosse este Governo capaz de redigir uma errata de si mesmo e concluiria o óbvio: no dia seguinte não estaria em funções. Escreveria ‘onde se lê Governo, deve ler-se oposição'”, disse.

Melo criticou duramente a utilização da imagem de Jesus Cristo pelo Bloco de Esquerda (BE), recentemente, sobre o adoção de crianças por casais do mesmos sexo, considerando “esta extrema-esquerda é tão extraordinária que consegue num cartaz alucinado ofender a fé de milhões de portugueses e no dia seguinte continuar tudo rigorosamente na mesma”.

“Esse cartaz só pode ter sido concebido num daqueles acampamentos do BE onde se discute o autocultivo das drogas”, afirmou e, enquanto católico, disse pedir respeito.

 

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