A ATAHCA, uma associação para o desenvolvimento rural, apelou hoje ao Governo que “reforce” financeiramente o programa +CO3SO, “conforme afirmou” que faria, depois do cancelamento da segunda fase daquele projeto.
Em comunicado enviado à Lusa, aquela associação, que intervém em todos os concelhos da NUT III do Cávado (Terras de Bouro, Amares, Vila Verde, Braga, Barcelos e Esposende), explica que em julho “abriu concurso para apresentação de candidaturas ao sistema de apoio ao emprego e ao empreendedorismo social para os territórios do interior, urbano e empreendedorismo social, tendo sido para estes três avisos de concurso afetado uma totalidade de 1.303.875,66 euros”.
Segundo lembra o texto, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, fez a apresentação pública do programa em Melgaço “tendo referido que eram necessárias dinâmicas territoriais porque a verba para a aprovação das candidaturas nunca seria problema, mesmo que estas ultrapassassem os montantes financeiros disponíveis”.
Os três concursos referidos tinham duas fases para apresentação de candidaturas, uma que encerrava a 16 de setembro e a segunda a encerrar a 30, mas, aponta, “a Comissão Diretiva do PO Regional Norte, comunicou no dia 15 de setembro que por decisão do Ministério da Coesão Territorial as candidaturas encerrariam a 16 de setembro sendo suspensa a segunda fase”.
A ATHACA refere que só “para o território do Cávado foram submetidas 137 candidaturas para um montante financeiro de cerca de 18 milhões de euros”.
“A verba dos avisos de concurso é significativamente insuficiente para os montantes das candidaturas submetidas, pelo que esperamos que a Senhora Ministra da Coesão Territorial reforce, conforme afirmou em sessões públicas, cada um dos avisos de maneira a satisfazer todas as candidaturas que venham a obter mérito para aprovação”, lê-se.
A associação explica que para que os territórios do interior rural tenham “dinâmica (…) não será possível a obtenção de resultados positivos sem investimento e apostas fortes na fixação de população jovem” pois, reforça “só assim se conseguirá maior equilíbrio entre o interior o litoral e entre o interior rural e o interior urbano”.
As candidaturas apresentadas, para o território do Cávado, explica o texto, “propõem a criação de 185 novos postos de trabalho, número importante considerando que muitos destes recursos humanos têm como local de trabalho freguesias do interior rural, que necessitam de dinamização que ajude a diminuir o acentuado despovoamento que se tem verificado nos últimos anos”.
No texto, a associação descreve a sua atividade apontando que tem “desenvolvido e implementado uma estratégia integrada para o território, nos 29 anos da sua existência, com o objetivo principal de fixar a população, criação de riqueza, valorização do património cultural, melhoria das qualificações profissionais e escolares da população, apoio às microempresas, dinamização da agricultura, nomeadamente na produção, transformação e comercialização dos seus produtos, apoio às instituições do 3º setor – IPSS e outras, promoção de unidades de Turismo no Espaço Rural e animação do território”.