O presidente da Associação Empresarial do Baixo Ave (AEBA) José Manuel Fernandes apelou esta quinta-feira para a resolução dos problemas de mobilidade das empresas do eixo Famalicão, Trofa e Maia, criando a variante à Estrada Nacional (EN) 14.
Defendendo em declarações à agência Lusa que o eixo, que inclui Braga, poderá funcionar como “Corredor Norte Exportador”, José Manuel Fernandes considerou que o Governo “pode contar com este potencial da economia empresarial”.
“Entre Braga, Famalicão, Trofa e Maia temos uma estrutura de empresas que nos permite caracterizar a cadeia de valor, em termos de participação no Produto Interno Bruto (PIB), de muito forte, sobretudo com empresas com uma forte componente exportadora”, salientou o presidente da AEBA.
Em relação às exportações, disse estar “bem identificado o que a Região Norte representa no contexto nacional, até do seu crescimento” num valor que estimou “na ordem dos 6%”.
Sobre o “Corredor Norte Exportador”, ressalvou que a “importância que tem”, o perfil de empresas que integra e aquilo que estas representam é uma “área estratégica também para o Governo”, desafiando-o a “valorizar cada vez mais um certo tipo de investimento, melhorando as vias de comunicação”.
“A região tem-se batido pela variante à EN 14 [que liga o Porto a Braga] porque há uma atividade económica e de mobilidade muito intensa entre as empresas e os principais parceiros nesse corredor”, explicou José Manuel Fernandes.
Salientando ser a nova via “uma estrada estruturante na área dos parques empresariais”, lembrou que está “projetada e que há mais de uma década tem sido falada junto dos diferentes governos para ser construída”, elogiando a intenção do atual Governo ao “admitir fazê-la”, depois do anterior “quase ter tomado a decisão de a executar”.
A desejada via está projetada para nascer no sul de Famalicão, passar na Trofa e terminar na Maia, “passando por empresas importantíssimas com uma matriz exportadora fortíssima a que acresce uma quantidade de outras, satélites, com uma forte componente subsidiária”, descreveu o dirigente associativo.
Citando a empresa alemã Continental como exemplo do que continua aquém do seu potencial pela inexistência da variante, José Manuel Fernandes disse ser este um dos grupos que “tem visto a sua atividade não só dificultada como também apelado para a resolução dos acessos e soluções de escapatória à própria autoestrada”.
“Estamos a falar do segundo maior investimento alemão em Portugal a seguir à Autoeuropa”, disse de uma empresa que “está a investir em Portugal, com uma nova unidade industrial a produzir um produto extremamente inovador, os pneus para a indústria agrícola, e que está a sentir dificuldades, sendo que até há a intenção de reforçar o investimento” no país.
Com 623 empresas associadas, a AEBA distingue hoje em Santo Tirso as empresas que completam 10 e 15 anos de ligação como associadas e ainda aquelas que obtiveram o estatuto PME Excelência.