A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/ PSP) marcou presença em conferência europeia online dedicada à participação e envolvimento dos jovens policias nas organizações e nos órgãos decisores, onde mostrou a realidade portuguesa, anunciou a associação.
Em comunicado enviado a O MINHO, a ASPP/ PSP fez notar a “preocupante” realidade da falta de efetivo e de jovens, face a um envelhecimento, desmotivação e falta de atractividade na carreira.
“Exemplo gritante do agravamento da situação é a recente falta de candidatos para o preenchimento das vagas para o curso formação de agentes”, referiu a associação na conferência que juntou países como Espanha, Polónia, Roménia, Sérvia, Letónia e Lituânia.
A associação comprometeu-se a “continuar a lutar pela atratividade da carreira, através da revisão da tabela remuneratória, atribuição do subsídio de risco, aprovação da lei de segurança e saúde no trabalho, entre outras medidas, que possam, expressamente, voltar a tornar a carreira policial atrativa para os jovens”.
“Em Portugal, e em concreto na PSP, o maior problema estruturante prende-se com a falta de efetivo, de jovens polícias e consequentemente o envelhecimento gradual do efetivo. Desde logo, qualquer política de participação dos jovens trabalhadores tem que passar pela mudança deste paradigma, para que depois possa haver algum programa efetivo para o fortalecimento da participação dos jovens nos órgãos de representação dos trabalhadores e nos processos de tomada de decisão que, simplesmente, não existe atualmente”, refere a associação em comunicado.
“Ao mesmo tempo, a PSP, pela falta de efetivo, pelo aumento do trabalho, pelo desgaste para aqueles que têm que fazer o serviço operacional, pela falta de progressão nas carreiras, pela demora nas transferências e pelos baixos salários, principalmente em início de carreira, torna este setor de atividade cada vez menos atrativo e motivante. Urge mudar o modelo de organização sob pena de todos estes problemas se agravarem, primeiro para os próprios polícias e depois para toda a sociedade”, lê-se.
A associação refere que a “questão dos jovens e a falta de efetivo têm sido lutas permanentes, com alertas sucessivos à tutela para a necessidade da formação periódica de novos polícias em quantidade suficiente para rejuvenescer o efetivo, acelerar as transferências e as promoções e libertar elementos para a aposentação”.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia é o maior sindicato do setor, com cerca de 10 mil associados, representando agentes, chefes e oficiais.