Associação de Ponte de Lima quer acelerar classificação das Aldeias de Portugal

Associação do Turismo de Aldeia

A Associação do Turismo de Aldeia (ATA), sediada em Ponte de Lima, e a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) querem aumentar, em dois anos, o número de freguesias classificadas como Aldeias de Portugal, passando das atuais 49 para mais de 250.

“A abertura a novos territórios e a candidaturas mais rápidas é encorajadora e estimulante porque antecipa o crescimento da comunidade representada por duas instituições que partilham dos mesmos valores, das mesmas ambições e da mesma paixão por aldeias tão únicas e especiais do panorama nacional”, afirma Teresa Pouzada, presidente da ATA, citada numa nota hoje enviada à Lusa.

Em causa está um protocolo que a ATA, com sede em Ponte de Lima, e a AMPV, em Santarém, vão assinar no dia 01 de março, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que pretende “impulsionar o potencial turístico dos territórios vinhateiros mais rurais, acelerando o processo de classificação desses povoados como Aldeias de Portugal.

“No prazo de um ou dois anos, a lista de aldeias classificadas poderá assim passar das atuais 49 para mais de 250”, refere a nota.

O secretário-geral da AMPV e porta-voz de 117 municípios, José Arruda, destaca, também citado na nota, o “potencial enorme da marca Aldeias de Portugal”.

“Ao associarmos a este projeto a nossa recém-criada Rede das Freguesias Vinhateiras de Portugal, estamos a criar ainda mais potencialidades para a promoção do turismo de proximidade”, frisou José Arruda.

A parceria, considerada “inédita”, pretende “impulsionar o potencial turístico dos territórios vinhateiros mais rurais, acelerando o processo de classificação desses povoados como Aldeias de Portugal”.

A marca Aldeias de Portugal é gerida pela ATA, que conta atualmente com 49 aldeias classificadas em Portugal.

A parceria a formalizar é considerada “mutuamente benéfica” e “persegue o objetivo comum de preservar e promover o património material e imaterial que é identitário da história e da cultura portuguesas, em particular no que se refere ao mundo rural e ao vinho”.

Na prática, “o acordo entre as duas instituições vai funcionar como uma via rápida para análise de candidaturas por parte da ATA”.

“Até aqui, essa entidade recebia a proposta de cada aldeia individualmente e só então iniciava a verificação dos pré-requisitos. Com o novo acordo, passa a receber candidaturas previamente analisadas pela AMPV, o que logo na fase inicial do processo representará dossiês mais completos, sobre territórios que a organização vinhateira já terá validado relativamente a critérios como ruralidade, tradição agrícola e oferta gastronómica e vínica”, especifica a nota.

Para Teresa Pousada, “a tradição vinícola é claramente indissociável da ruralidade portuguesa e da história agrícola e económica do país”, sendo que “o vinho luso constitui uma das principais exportações nacionais”.

“Toda a oferta turística que explore as origens de um produto com esta boa reputação será certamente um fator de atratividade para o turista nacional e estrangeiro, e, nesse contexto, as freguesias vinhateiras poderão oferecer aos visitantes programas mais autênticos e genuínos sobre a vinha, a transformação da uva e as tradições relacionadas com matéria-prima e produto final”, realçou.

José Arruda referiu que, com este acordo, a “adesão de povoados com tradição vinícola com potencial efetivo de classificação como Aldeias de Portugal será significativa”.

“Se no arranque deste processo os nossos atuais 117 municípios indicarem duas a três freguesias com tradição vitivinícola, só nesta fase inicial estaremos a falar de 200 a 300”, antecipou.

O processo de classificação como Aldeias de Portugal “tem de envolver a comunidade da aldeia”.

A “oferta local de gastronomia, vinhos e outros produtos regionais é critério de avaliação na candidatura à classificação como Aldeias de Portugal, mas a comissão de especialistas constituída para verificar esses requisitos analisa ainda outros aspetos, como o estado de conservação do edificado local, o seu património histórico e cultural, a acessibilidade viária ao povoado e a oferta de atividades ligadas à agricultura e ao setor primário”.

A ATA “aprovará as aldeias que cumpram a maioria desses requisitos e evidenciem uma proporção adequada de fatores de atração turística, mas, independentemente disso, o que não poderá faltar no processo é o comprometimento da população local numa missão de valorização que se pretende partilhada e integrada”.

Todas “as candidaturas implicam a criação de um comité de representantes da aldeia, nomeadamente da câmara municipal e junta de freguesia, das associações locais, dos proprietários e comerciantes, e de outros agentes relevantes com participação ativa na vivência real da comunidade”.

 
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