A Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE) expressou hoje o seu “veemente protesto” pelos alegados abates e amputações de árvores cinquentenárias, de grande porte, na cidade de Guimarães.
Contactado pela Lusa, o município diz que se trata do abate e substituição de árvores que se apresentam “em acentuado declínio”.
Em comunicado, a AVE aponta o dedo à Câmara e à empresa municipal Vitrus, considerando “incompreensível e inaceitável” o abate de árvores com aquelas “características e nas concretas circunstâncias”.
“Até ao momento, não foram apresentados quaisquer motivos válidos para a ordem de abate ou amputação (pseudo podas) de árvores, saudáveis e cinquentenárias, de grande porte, tais como choupos e plátanos”, acrescenta.
Segundo a AVE, aquelas ações estão a ocorrer “um pouco por toda a cidade” de Guimarães, nomeadamente dentro do espaço da Escola João de Meira e Rua Almirante Gago Coutinho, “sem que se percebam os motivos e critérios para tal”.
Contactado pela Lusa, o município referiu que em causa estão abates que ocorrem “quando efetivamente as árvores estão em acentuado declínio ou apresentam problemas estruturais”.
Sublinhou que os abates de árvores são acompanhados das respetivas substituições.
Disse ainda que a análise àquele estrato arbóreo decorreu durante dois anos e compreendeu a avaliação individual das árvores, “tendo sido objeto de recolha de um conjunto elevado de observações e parâmetros sistematizados que permitem uma caracterização bastante exaustiva de cada indivíduo”.
“Esta análise possibilitou fundamentar as intervenções, designadamente os abates e respetiva substituição, quando efetivamente as árvores estão em acentuado declínio ou apresentam problemas estruturais. No caso destas árvores, devido ao estado avançado de idade, como fator relevante que baixa a resiliência e capacidade de defesa”, acrescentou.
A Câmara de Guimarães diz ainda que os trabalhos de avaliação e gestão do património arbóreo são programados e fiscalizados pelos técnicos do município, “de acordo com as normas de boas práticas para o arvoredo urbano”.
“O inventário e estudos fitossanitários permitem, também, conhecer os fatores mais limitantes ao desenvolvimento das árvores. Devido a quantidade e à diversidade arbórea no concelho, a monitorização das suas condições é essencial e permanente”, rematou o município.