A União de Freguesias de Chorente, Góios, Courel, Pedra Furada e Gueral, no concelho de Barcelos, reuniu-se extraordinariamente, na noite de segunda-feira, para discutir a possibilidade de desagregação. O debate foi acalorado e, no final, acabou em confusão entre um dos eleitos por um movimento independente e um elemento do público, pai da secretária da Junta. Nuno Carvalho adianta a O MINHO que vai apresentar, ainda esta terça-feira, queixa no Ministério Público por tentativa de agressão.
Contactado por O MINHO, Nuno Carvalho, membro da Assembleia de Freguesia pelo Cinco em Movimento, pelo qual foi o candidato à presidência da Junta, conta que o debate estava “aceso” e a secretária da Junta, Conceição Silva, “estava sempre a mandar calar as intervenções”.
“Cheguei a uma altura que lhe disse que não podia estar a mandar calar ninguém, que ela nem precisava de ali estar porque não pode falar. O sr. presidente da Assembleia acalmou tudo, porque, na altura em que eu falei para ela, o público aplaudiu. Quando acabou a assembleia, o pai dela, que estava mais ao fundo da sala, agarrou-me pelos colarinhos e disse-me: ‘Não falas para a minha filha assim'”, conta Nuno Carvalho.
O pai da secretária é José Costa e Silva, que estava na assembleia como elemento do público mas que também integrou a lista da Coligação Barcelos Mais Futuro (PSD, CDS e BTF), que ganhou a junta, liderada por Nuno Oliveira.
Nuno Carvalho diz que José Costa e Silva lhe tentou dar um murro, mas que não conseguiu: “Não chegou a haver [agressão] porque dei-lhe um encontrão para trás e vieram logo outros separar”.
O líder do Cinco em Movimento, que convocou a assembleia extraordinária para referendar a desagregação das freguesias, garantiu a O MINHO que, ainda hoje, irá apresentar no Ministério Público queixa por tentativa de agressão.
Também contactado por O MINHO, o presidente da Assembleia de Freguesia, Pedro Torres, salienta que “a assembleia já tinha acabado” quando se verificou a confusão e que se tratou de “uns empurrões”, não tendo havido agressões físicas.
O MINHO contactou ainda Conceição Silva, que recusou prestar declarações.
Proposta rejeitada
A proposta que o Cinco em Movimento apresentou acabou rejeitada com os votos contra da Coligação Mais Barcelos e do PS.
O movimento pretendia a realização de um referendo “para a população ser ouvida”, o que Nuno Carvalho considera não ter acontecido em 2012, quando a decisão foi tomada.
Aquando da reorganização administrativa, conhecida por “lei Relvas”, foram estas cinco freguesias a propor a sua própria união (ao contrário da grande maioria dos casos, em que a agregação foi imposta).
Para Nuno Carvalho, a proposta “acabou por ser reprovada porque muitos destes membros [da Assembleia de Freguesia] já estiveram ligados à agregação”.