Paulo Alexandre Pereira, professor da Escola de Ciências da Universidade do Minho, apresentou uma proposta alternativa para a realização de sondagens eleitorais, centrada na redistribuição proporcional das intenções diretas de voto.
Em declarações à Rádio Universitária do Minho (RUM), o docente explica que o novo modelo, assente em cálculos simples e acessíveis, pretende tornar os resultados mais claros e próximos da realidade do apuramento oficial da Comissão Nacional de Eleições.
Ao contrário do modelo habitualmente utilizado por instituições como a Universidade Católica, que inclui uma base de inquiridos mais ampla, mas também mais heterogénea, a proposta do matemático da UMinho exclui todos os inquiridos que admitem não saber se irão votar. A aplicação da ‘regra de três simples’, tal como explicou em declarações à RUM, permite uma apresentação mais compreensível e transparente dos dados.
No estudo da Universidade Católica, que serviu de base crítica para a proposta, apenas 1372 das 7018 pessoas inicialmente contactadas contribuíram efetivamente para a estimativa final – um número que, segundo Paulo Alexandre Pereira, deve ser o verdadeiro ponto de partida para o cálculo da margem de erro. “A margem de erro correta deve ser calculada com base nas entrevistas válidas, não nas respostas totais”, esclarece o docente.
Além de defender um método mais próximo das eleições reais — em que apenas os votos válidos são contabilizados — o professor da UMinho alerta para os riscos de má interpretação dos dados por parte dos media e do público, fruto da “iliteracia eleitoral” e da ausência de menção à margem de erro nos resumos divulgados.