Serão cerca de 150 os emigrantes e lusodescendentes a residir no bairro nova-iorquino do Soho que, hoje, prestam um tributo ao azulejo português em plena Sullivan Street, onde sob a orientação do centro artístico famalicense ‘A CASA AO LADO’ vão criar um vitral baseado nos padrões da azulejaria portuguesa.
Integrada no ‘Portugal in Soho’, evento anual organizado pelo Arte Institute e que tem como objetivo reavivar a herança cultural portuguesa em Manhattan, esta intervenção artística comunitária será realizada a partir de placas acrílicas com o tamanho tradicional do típico azulejo português (15cm x 15cm), nas quais os padrões dos azulejos serão desenhados com recurso a uma técnica peculiar e pouco comum que envolve uma reação química provocada por lixívia.
“Cada placa acrílica será inicialmente revestida com uma película especial em tom de azul, sendo posteriormente trabalhada através da aplicação, a pincel, de linhas finas desenhadas com lixívia, o que provocará uma reação química que levará ao estabelecimento do padrão do azulejo a desenhar”, explica Joana Brito, diretora artística d’A CASA AO LADO, em comunicado.
O resultado final, adianta Joana Brito, “será uma peça única formada pela reunião do conjunto de cerca de 150 pequenas peças, com os padrões desenhados por cada um dos participantes. Com o sol e a luz do dia, as transparências resultantes da aplicação da lixívia vão projetar sombras no chão, replicando no piso da Sullivan Street os padrões gráficos desenhados”.
A realização deste projeto em Nova Iorque assinala também o arranque do processo de internacionalização d’A CASA AO LADO, centro artístico fundado em 2005, em Famalicão, pelo traço dos artistas plásticos Joana Brito e Ricardo Miranda, e que desde outubro do último ano integra a rede de Clubes UNESCO no campo da intervenção e criação artística.