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Braga

“Arranjar uma casa em Braga, só por milagre”. Cáritas prevê aumento do número de sem-abrigo na cidade

Habitação

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Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO / Arquivo

Em Braga, desde janeiro de 2022 que os apartamentos partilhados da Cáritas Arqudiocesana de Braga albergam várias pessoas em situação de vulnerabilidade, existindo casos em que três pessoas que não se conhecem partilham o mesmo espaço.

Um desses casos é o de Marina, João e Francisco, que ficaram em situação vulnerável e não conseguem alugar casa, encontrando assim, com apoio desta associação, um canto para viver numa cidade onde as rendas estão cada vez mais caras, especialmente para quem vive sozinho.

Em declarações à Rádio Renascença, João Fonseca, que trabalha como operário da construção civil, admite que o salário não chega para alugar um espaço em Braga, cidade onde até uma garagem já custa aquilo que um T2 custava há pouco mais de dois anos, daí ter recorrido ao apoio da Cáritas.

“As casas estão todas ocupadas com os estrangeiros. Nós, que andamos por aqui, não temos hipótese de arranjar uma casa. Só por milagre”, desabafou à reportagem da Renascença.

Marina, que coabita com João, passou à condição de sem abrigo há cerca de um ano e meio, em plena pandemia. É outra das utentes deste projeto da Cáritas, que teve início em janeiro deste ano e é focado para as pessoas sem abrigo.

Estela Portela, daquela associação, admite que esta resposta, embora não sendo a ideal, é a possível, sobretudo com a crise social que já vão sentindo, que se traduz “com a falta de resposta de habitação”, podendo, estima, aumentar o número de sem abrigo na cidade.

A responsável revela que várias pessoas ficaram sem casa por não conseguirem suportar o aumento mensal da renda ou porque simplesmente foram obrigados a sair, como é o caso de um senhor que habitava um apartamento há mais de 20 anos, mas o dono vendeu o prédio, deixando o morador a dormir na rua.

“Felizmente encontramos solução” para esse senhora, conta Estela Portela, psicóloga de profissão.

A Cáritas Arquidiocesana de Braga apresenta-se como “um serviço da Igreja, que atua na área geográfica da arquidiocese, para a promoção da ação social. Apoia na formação de agentes pastorais e na criação e acompanhamento de grupos sócio-caritativos nas comunidades locais”.

“Visa a assistência, a promoção da autonomia e o desenvolvimento de cada ser humano e luta por uma sociedade mais justa e fraterna, com a participação dos que são atingidos por qualquer forma de pobreza, exclusão social ou emergência, sem olhar a crenças, culturas, etnias ou origens”, lê-se no portal da Cáritas de Braga.

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