Arquivado processo de violência doméstica contra autarca de Vizela

Ministério Público considera que não há indícios para acusação
Foto: Lusa

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito aberto por alegada violência doméstica do autarca de Vizela, Victor Hugo Salgado, sobre a esposa, considerando não haver “indícios suscetíveis de sustentar” uma acusação.

Segundo o Jornal de Notícias, que avança a informação, a mulher do então presidente da Distrital de Braga do PS, que se afastou do cargo após Pedro Nuno Santos lhe ter retirado a confiança política, recusou-se a prestar declarações em sede de inquérito e manifestou vontade de que o “procedimento criminal não prosseguisse”.

Victor Hugo Salgado não chegou a ser interrogado nem foi constituído arguido, “devido à inexistência de indícios do crime de violência doméstica” e “a fim de se assegurar a paz social e a tranquilidade no seio da família”, refere o despacho de arquivamento, citado por aquele jornal.

Questionado por O MINHO, o autarca remeteu para um comunicado em que garante que é e sempre foi “contra qualquer tipo de violação dos direitos humanos, de uma forma particular a violência doméstica”, mas que o arquivamento do processo não impediu o seu “julgamento e condenação” públicos.

 

“Sempre defendi o respeito, a dignidade e a liberdade de todas as pessoas, em particular, das mulheres”, garante no comunicado enviado a O MINHO.

E acrescenta: “Desde o primeiro momento, e consciente da minha inocência, demonstrei a minha disponibilidade para prestar declarações sobre esta matéria e quando referi que esta se deveria circunscrever ao foro pessoal e familiar, foi porque sabia que, desde a primeira hora, não se tratava do crime de violência doméstica, tal como se veio a concluir”.

“No âmbito do arquivamento do processo, e contrariamente ao que foi tornado público, a minha esposa, Sara Salgado, declarou que não existiu da minha parte qualquer conduta penalmente relevante, com intenção de provocar qualquer mau-trato físico ou psicológico, tal como não foi preconizado qualquer comportamento com intenção de atingir a sua dignidade ou a humilhar”, salienta.

Victor Hugo Salgado aponta que, “nos termos do processo, devido à inexistência de indícios do crime de violência doméstica, a fim de se assegurar a paz social e a tranquilidade no seio da família, não fui interrogado, nem constituído arguido, em virtude de não se encontrar verificada a suspeita fundada de crime”.

E conclui: “Lamentavelmente, este arquivamento não evitou o meu julgamento e condenação públicos com as respetivas repercussões negativas em termos políticos, mas, em especial, pessoais de toda a minha família, não evitando exposição negativa a que os meus filhos estiveram sujeitos diariamente ao longo das últimas semanas”.

 
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