A Câmara de Arcos de Valdevez aprovou o Plano de Atividades e Orçamento (PAO) para 2022, de 31 milhões de euros, com a abstenção dos vereadores do PS que, pela primeira vez, aceitaram os pelouros propostos pela maioria PSD.
“Este orçamento é mais uma etapa na consolidação da estratégia de desenvolvimento sustentável de Arcos de Valdevez. Estamos a construir um concelho com mais educação, formação e inovação, ação social e habitação, saúde e segurança, coesão territorial, sustentabilidade ambiental, desenvolvimento rural e empresarial, dinamismo, atratividade económica e turística”, refere o presidente da câmara, João Manuel Esteves, citado numa nota publicada no sítio oficial da autarquia na Internet.
As Grandes Opções do Plano para o ano 2022 assumem um investimento na ordem dos 20,4 milhões de euros, dos quais mais de 10,7 milhões de euros serão aplicados em funções sociais.
Para a economia o município prevê uma fatia de mais de 6,3 milhões de euros para aplicar, entre outros projetos, “no alargamento e qualificação dos parques empresariais e no apoio o Centro de Interface Tecnológico Industrial (CITIN)”.
Para as Juntas de Freguesia, a autarquia prevê um apoio de mais de 2,1 milhões de euros e para “funções gerais” reservou mais de 1,2 milhões de euros.
Contactado hoje pela agência Lusa, o vereador do PS, João Braga Simões, justificou a abstenção, entre outras razões, com o “papel mais ativo” que os dois elementos da oposição decidiram assumir na gestão do município.
“O PS de Arcos de Valdevez, pela primeira vez, assumiu os pelouros que foram indicados pela maioria social-democrata no executivo. Não era tradição do PS aceitar os pelouros, porque nem sempre eram atribuídos com intenção real de receber contributos da oposição”, explicou.
João Braga Simões, que ficou com o pelouro dos recursos hídricos e Isabel Araújo com a área justiça, disse ter proposto medidas que constavam do programa eleitoral do PS e que foram acolhidas pela maioria PSD.
Apontou a elaboração de um estudo da pegada ecológica do concelho. O “estudo, que ainda este ano será encomendado, permitirá perceber quais os grandes entraves ao desenvolvimento sustentável do concelho, com responsabilidades acrescidas por estar integrado no único parque nacional do país, e onde deverá centrar-se a intervenção municipal com vista à eficiência energética e diminuir a pegada carbónica”.
A revitalização e criação de novas zonas de fruição balnear e de um sistema de rega inteligente, adaptada às condições climatéricas para evitar o desperdício de água, foram outras das propostas do PS, acolhidas pela maioria PSD.
João Braga Simões disse que a continuidade, no orçamento para 2022, “do critério cego que rege os protocolos que o município celebra com as Juntas de Freguesia” foi o principal razão que impediu o voto favorável dos socialistas.
“Os famigerados protocolos de 30 mil euros com todas as freguesias, independentemente de ser uma freguesia de montanha ou urbana, uma freguesia com três mil habitantes ou com 300. Não concordamos por existir outra forma mais justa de distribuir as verbas pelas freguesias”, disse.
De acordo com o PAO para 2022, “a proximidade à população e a parceria com as diversas entidades prevê a transferência de mais de 4,3 milhões de euros”.
Segundo documento, entre as prioridades para 2022, encontram-se “a Estratégia Local de Habitação (ELH), para facilitar o acesso à habitação com conforto e a custos controlados às famílias com dificuldades e aos jovens, a cultura, desporto e lazer, mobilidade e acessibilidade, a reabilitação do centro histórico e em outros espaços públicos pelo concelho e o ambiente”.
No turismo, a autarquia pretende investir “na criação das Esplanadas do Vez, no Eco Parque do Vez – Leiras do Espírito Santo, no Museu de Água ao Ar Livre, no Centro Etnográfico de Soajo, na valorização do Território Oeste do Concelho e na melhoria de trilhos, miradouros e outros espaços de visitação”.