Milhares de pessoas rumaram a Arcos de Valdevez, para assistir ao concerto dos Calema, na noite de quinta-feira, no âmbito das Festas de Nossa Senhora da Lapa, que estão a decorrer até dia 10 de agosto.
O Campo da Feira deverá ter acolhido bem perto de 50 mil pessoas, que encheram o espaço numa moldura humana de fãs, que vieram de diversos pontos do país, transformando o local num espetáculo de harmonia entre o público, com muito ritmo e êxitos cantados.
Patrícia Faria e Melissa Gonçalves estavam na primeira fila. Vieram do Porto e de Viana do Castelo, respetivamente, e fazem parte de um clube de fãs não oficial – Festivaleiros Calema – que integra pessoas da zona norte de Portugal, de Madrid e Pontevedra, em Espanha.

“Eu saí do trabalho, vim direta para aqui, e depois sigo, novamente, para trabalhar”, explica Patrícia ao nosso jornal, com um sorriso rasgado de entusiasmo.
Estão na fila da frente desde às 10:00 e só arredaram pé por momentos, quando precisaram mesmo de ir à casa-de-banho.
Vieram equipadas com comida e bebida para um dia inteiro de espera, mas nada disso importa e abala a alegria na hora do concerto.
Melissa assume, no meio de uma gargalhada contagiante, que tirou “férias de propósito com o companheiro” para ver Calema.
Sílvia Oliveira também estava na primeira fila. É natural de Lisboa, casada com um arcuense, e o concerto coincidiu com o período de férias.

“Estou aqui desde as 17h00 e sou fã há muito tempo. Não jantei, nem sequer lanchei. Só trouxe umas bolachas. Já os vi em Lisboa, já tirei fotografias com o Fradique e a família. É muito simpático. Adoro-os. E viemos de férias na altura certa”, explicou ao nosso jornal.
Amélia dos Santos é emigrante na França.Está de férias em Ponte da Barca e não poderia deixar de vir ao concerto. “Sou fã. Só ouço as músicas deles”, assume, orgulhosa.

Noémia Lobo é cunhada da Amélia e é emigrante na Suíça. Juntas partilham o gosto pelos Calema.
Com as mãos na grade, sempre na primeira fila, Noémia assume que não poderia faltar. “Claro que não”, enfatiza.
Estavam lá desde as 16:00. E para não perder o lugar, os maridos é que foram buscar bifanas e bebidas.
O fenómeno dos irmãos António e Fradique Mendes Ferreira não se explica. O certo é que arrastam multidões para onde vão. No palco, a simplicidade e empatia para com o público é notória.











“Sejam bem vindos a casa. Ao colo da família”, disseram a milhares de emigrantes que passam férias nesta altura na região.
Num espetáculo que durou cerca de duas horas, os Calema cantaram, dançaram, desceram para perto do público, somaram agradecimentos aos fãs, e levaram consigo o amor de milhares de pessoas. No recinto ficaram vozes roucas de tanto cantar, sorrisos de alegria e a certeza de que valeu a pena.