O arcebispo de Braga “acolheu com apreensão e surpresa” a decisão do grupo Renascença em “descontinuar” a Rádio Sim, referindo esperar que os trabalhadores “encontrem soluções de harmonia com as determinações laborais”.
Numa nota publicada no sítio da internet da Diocese de Braga, o arcebispo primaz de Braga, Jorge Ortiga, lembra que “num tempo em que cresce o número de idosos em Portugal, a Igreja deveria ser-lhes próxima, produzindo conteúdos que lhes proporcionassem companhia e os ajudassem, muito concretamente, a viver, aprofundar e a celebrar a fé”.
No dia 03, o grupo Renascença Multimédia comunicou que a Rádio Sim, emissora criada em 2008 e virada para um público mais sénior, iria “ser descontinuado por motivos de sustentabilidade económica”.
“Não podemos deixar de pensar nos trabalhadores. Esperamos que para todos se encontrem soluções de harmonia com as determinações laborais, sabendo, à partida, que isso já foi devidamente equacionado”, salienta a diocese de Braga.
Para os colaboradores, “que em espírito de gratuidade se entregaram de corpo e alma a este projeto”, Jorge Ortiga deixa “sincera gratidão”.
“A Rádio Sim era uma presença da Igreja na comunicação social com grande acolhimento por parte dos cristãos”, lê-se.
No texto, o arcebispo de Braga lembra ainda que a Arquidiocese “sempre favoreceu a unidade eclesial, consciente de que a vida acontece nas grandes cidades e nas periferias”.
“Para fomentar esta experiência, foi renunciando a diversas iniciativas de índole local. Sabe que não é possível ser Igreja sem uma abertura à universalidade, começando por vivê-la a nível nacional. Disponibilizou gratuitamente, para o efeito, espaços e motivou as pessoas para uma generosidade em prol de um projeto de abrangência nacional”, continua.
Por isso, acrescenta, “a Arquidiocese repensará a sua presença na rádio ‘sem perder muito tempo’ e garantirá aos cristãos mais simples e humildes a escuta da voz da Igreja”.
Jorge Ortiga refere ainda que “a notícia foi debatida com o Cabido Metropolita, que na Arquidiocese de Braga funciona como Colégio de Consultores, e o Cabido gostaria, de igual modo, de marcar a sua incompreensão e tristeza pelo sucedido”.