O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que completou 75 anos de idade, apresentou a sua renúncia ao Papa Francisco na passada terça-feira, seguindo as determinações do direito canónico, anunciou a diocese minhota.
O processo de substituição demora alguns meses, ou até anos, e até que o substituto seja nomeado pelo Papa Francisco, D. Jorge Ortiga permanece no cargo que está há duas décadas.
Em entrevista ao “Igreja Viva”, D. Jorge ortiga traça um balanço da sua liderança da arquidiocese de Braga, apontando como desafios futuros a formação do clero, os ministérios laicais e a “sustentabilidade” das paróquias e comunidades católicas.
“Há uma mudança de paradigma que é preciso enquadrar: é preciso ver como é que as comunidades paroquiais podem ter capacidade para ser presença da Igreja tanto na cidade como nas periferias”, diz.
O arcebispo diz que não quer ficar parado depois da renúncia.
“Se a minha vida como sacerdote foi toda entregue em doação, gostaria que os últimos momentos também fossem assim. Sem, naturalmente, incomodar o trabalho do Arcebispo que virá, mas também quero com ele ter uma experiência de unidade e comunhão na primeira pessoa”, diz.
O Código de Direito Canónico determina que qualquer bispo diocesano que tenha completado 75 anos de idade deve apresentar a renúncia do ofício ao Papa, o qual toma uma decisão sobre o caso.
Natural da freguesia de Brufe, Famalicão, D. Jorge Ortiga foi ordenado presbítero em 1967 na igreja de Lousado, naquele concelho. No mesmo ano foi nomeado coadjutor da paróquia de S. Victor, em Braga.
Um ano depois, em setembro, começou a frequentar o Curso de História Eclesiástica na Faculdade de História da Universidade Gregoriana, em Roma, concluindo a licenciatura a 10 de Outubro de 1970.
Frequentou, entre outubro de 1970 e Maio de 1971, um curso de espiritualidade sacerdotal, em Grottaferrata, Roma, orientado pelo Instituto Mystici Corporis.
A 03 de janeiro de 1988, foi ordenado bispo pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, na Cripta do Sameiro, escolhendo como lema episcopal a passagem do cap. 17 do Evangelho de S. João: “Ut unum sint” (Que todos sejam um).