Arcebispo de Braga anuncia que não haverá visita pascal em toda a arquidiocese

Coronavírus
Foto: Paulo Jorge Magalhães/O MINHO

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, anunciou, através de carta pastoral, a que O MINHO teve acesso, que não haverá visita pascal neste ano em nenhum ponto da arquidiocese de Braga, que inclui as paróquias do distrito e ainda de Vila do Conde e Póvoa de Varzim.

Na carta pastoral, enviada às paróquias, D. Jorge Ortiga apela ao dever cristão de proteger a vida, apontando como “pecado” atentar contra ela. “Em momentos de epidemia, compete ao cristão sacrificar tudo para a defender”, escreve a figura máxima da igreja no distrito.

D. Jorge aponta a Páscoa como “a nossa festa maior”, mas deixa como orientação pastoral várias medidas a ter em conta para serem aplicadas pelas paróquias.

“Durante as celebrações do Tríduo Pascal, procure-se evitar todo o tipo de contacto que possa servir de transmissão: a veneração da cruz na celebração da Paixão do Senhor, por exemplo, far-se-á com a inclinação profunda, ou com a genuflexão. Além disso, tal momento pode ser acompanhado com cânticos ou com a leitura de textos apropriados”, escreve D. Jorge.

“Na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa, não deve apresentar-se, como é costume, a cruz com o Ressuscitado, para o beijo ou saudação com o toque da mão”, acrescenta.

“No Domingo de Páscoa, na segunda-feira de Páscoa ou no Domingo de Pascoela, o “Compasso” ou “Visita Pascal”, mesmo tendo presente a enraizada tradição das comunidades da nossa região, não se irá realizar”, assegura.

“Conhecedores da situação atual [do coronavírus], cabe-nos lutar arduamente contra todas as fontes possíveis de contágio”.

“Encontramo-nos numa situação extraordinária e, nesse sentido, tenho a missão de providenciar que tanto os presbíteros como os fiéis procedam corretamente para evitar qualquer hipótese de contágio”, escreve o responsável.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, até à meia-noite de ontem estavam confirmados 59 casos de COVID-19.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou ontem a doença como pandemia, tendo em conta os “níveis alarmantes de propagação e inação”: “Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Desde dezembro, em mais de uma centena de países, mas a maioria (cerca de 63 mil) conseguiu recuperar da doença provocada pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

 
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