Um árbitro, de 27 anos, foi agredido durante um jogo da 2.ª Divisão Distrital da AF Viana do Castelo, no domingo, entre o Vila Fria 1980 e o ADECAS.
O agressor, de 43 anos, foi detido pela GNR e notificado para ir a tribunal.
Após o árbitro Hugo Cerqueira ter sido agredido por um adepto, o jogo, da 24.ª jornada, foi interrompido, quando faltava 15 minutos para terminar quando estava empatado a uma bola.
Na sua página de Facebook, o ADECAS diz que “em plena emoção do jogo aconteceu uma situação infeliz por ambas as partes que derivou em desacatos e confusão. Passando para a bancada, onde um adepto agrediu um dos árbitros”.
Entretanto, o NAFVM – Núcleo Árbitros Futebol Val Minho reagiu em comunicado: “Confrontado com a agressão ao associado Hugo Cerqueira vem repudiar todo e qualquer ato de violência, que envolva qualquer agente desportivo, e que não pode, em circunstância alguma ocorrer em recinto desportivo. Apelamos à serenidade de todos os agentes desportivos e publico em geral, que devem pautar por uma postura pedagógica. Apelamos as autoridades competentes sejam céleres e rigorosas na punição dos intervenientes”.
A situação mereceu também a condenação da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), que defende o regresso do policiamento obrigatório nos recintos e o aumento da moldura penal desportiva, como possíveis soluções para as agressões nos jogos, que continuam a aumentar.
No fim de semana, outro jogo do campeonato distrital do Porto também ficou marcado por agressões à equipa de arbitragem, pelo que o presidente da APAF pede “castigos exemplares” e apela ao “reforço da segurança”.
“É preciso que voltemos a ter policiamento obrigatório, como já existiu antes de 2012, e depois é preciso que as forças policiais detenham de imediato os agressores, pois, se tal acontecer, passamos, e bem, a falar em crime público”, disse o presidente da APAF, à agência Lusa.
Luciano Gonçalves defende também a necessidade de “um compromisso por parte dos clubes, associações e conselhos de disciplina das associações para que se altere a moldura penal desportiva para infratores, de forma a ser possível a irradiação dos agressores”.
“Só se pode fazer alguma coisa se as entidades assim o quiserem, não podemos continuar a ver os números a aumentarem e dos conselhos de disciplina a continuarem a banalizar as situações e os tribunais a não punirem. Os castigos demoram e são insuficientes, o que vai fazendo com se instale um clima de impunidade”, disse.
Luciano Gonçalves defendeu também a necessidade de uma sensibilização para o problema por parte da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), nomeadamente no que diz respeito “às detenções imediatas por parte das forças policiais, algo que está previsto na lei”.
De acordo com a imprensa desportiva, em menos de dois meses, registaram-se 12 casos de agressões a árbitros, em jogos de futebol e futsal em Portugal.