O PSD de Braga exigiu hoje o “acompanhamento e intervenção” do primeiro-ministro em todo o processo de vacinação contra a covid-19 para que não haja “aproveitamento político” e para que a inoculação “decorra de forma séria”.
Em comunicado enviado à Lusa, o presidente da Distrital de Braga do PSD, Paulo Cunha, apoia a exigência do presidente da câmara de Esposende, que esta manhã pediu a exoneração do atual diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Cávado III, Fernando Ferreira, “devido a um aproveitamento político inadmissível no processo de vacinação da população de Esposende”.
O autarca de Esposende, Benjamim Pereira, exigiu a demissão do responsável do ACES de Barcelos e Esposende, acusando-o de estar a “partidarizar ou desconhecer” o processo de vacinação, depois de Fernando Ferreira lhe ter garantido que a população com mais de 80 anos ou mais de 50 anos com patologias teria que ser vacinada em Barcelos por imposição do Plano Nacional de Vacinação.
Segundo Benjamim Pereira, Fernando Ferreira foi “perentório” ao afirmar que “só poderia haver um centro de vacinação” por agrupamento, obrigando a população de Esposende a deslocar-se a Barcelos, o que, garantiu o autarca, “não é verdade”.
O autarca salientou que “perante o posicionamento inflexível” de Fernando Ferreira, “mas acima de tudo pela quebra de confiança gerada pelas suas ações, a relação de confiança institucional que deve presidir à defesa dos interesses das populações está definitivamente inquinada”, e exigiu a demissão do responsável pelo ACES Bacelos-Esposende.
A referida “quebra de confiança”, explicou Benjamim Pereira, sustenta-se nas “constantes fugas de informação que fundamentaram comunicados do PS local e que demonstram uma deslealdade e uma partidarização inaceitável deste processo”.
O líder da distrital de Braga do PSD, Paulo Cunha, exigiu “ao primeiro-ministro o acompanhamento, e a intervenção, em todo o processo de vacinação para que este decorra de forma séria, visando apenas o bem comum e não o favorecimento político”.
Paulo Cunha salientou ainda “repúdio pelas constantes fugas de informação que fundamentam os correspondentes comunicados do PS local, num claro aproveitamento político duma situação de saúde dos cidadãos de Esposende”.
“Estamos a assistir a uma partidarização do processo de vacinação, com inimagináveis cedências a pressões políticas. Exige-se ao primeiro-ministro a sua intervenção, pois como governante do país não poderá pactuar com casos como este de Esposende”, conclui Paulo Cunha.
A vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas arrancou na quarta-feira em Lisboa, prosseguindo na quinta-feira em mais sete locais da região Norte.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.285.334 mortos resultantes de mais de 104,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.740 pessoas dos 755.774 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.