A Câmara Municipal de Braga aprovou a doação de terrenos ao Sporting Clube de Braga para a construção de uma academia desportiva, numa cedência que poderá ainda incluir a inacabada piscina olímpica.
Numa conferência de imprensa após a reunião camarária, o presidente da autarquia, Ricardo Rio (PSD/CDS-PP/PPM), realçou a importância do projeto para revitalizar a zona na qual será construída a academia desportiva, no chamado Parque Norte, área onde está implementado o Estádio Municipal de Braga.
Ricardo Rio deu ainda conta de que, além da academia – que obrigará a um investimento de cerca de 10 milhões de euros a ser suportado pelos ‘arsenalistas’ -, o Sporting de Braga propôs ainda o “aproveitamento” do projeto da piscina olímpica.
Situada perto dos terrenos agora doados, no qual a autarquia investiu já oito milhões de euros, a piscina olímpica é uma estrutura inacabada por ser “inviável” a conclusão do projeto original (que custaria mais 25 milhões de euros além dos custos anuais de “centenas de euros” de manutenção anual).
A doação dos terrenos ao Sporting de Braga teve o voto favorável da maioria PSD/CDS-PP/PPM e da CDU.
O PS votou contra por não concordar com a localização escolhida, uma vez que defende outro destino para aquela parcela de terreno, nomeadamente a construção do parque da cidade. Esse foi, de resto, o motivo que presidiu à expropriação daqueles terrenos em 2004 por quatro milhões de euros.
Os socialistas levantaram mesmo a hipótese dos antigos proprietários exigirem a reversão do negócio, com base num eventual desvio do objetivo que levou à expropriação, um cenário afastado pelo presidente Ricardo Rio.
“A natureza do equipamento é idêntica à que se pretendia no processo de expropriação que foi, aliás, obscena, desmesurada e muito acima do que hoje valeriam aqueles terrenos, pelo que desafio o PS a apresentar um ex-proprietário que queira devolver o que recebeu na altura para ter de volta o seu terreno”, apontou Ricardo Rio.
Sobre o projeto que está na base daquela doação, o autarca explicou que em “troca” dos terrenos, o clube “arsenalista” irá “reverter em benefício da comunidade os serviços da academia, com garantia para a população de poder usufruir do espaço”, como exigia a CDU para votar favoravelmente a cedência.
Quanto à hipótese colocada pelo Sporting de Braga de incluir no projeto da academia o complexo da piscina olímpica (“ruína dos tempos modernos”, como apelidou o autarca), Ricardo Rio explicou que é uma hipótese.
“É uma proposta à qual não fechamos a porta, vendo com bons olhos esta solução mas é preciso estudá-la”, disse.
Em comunicado, o Sporting de Braga congratulou-se com a decisão camarária de lhe doar aqueles 12 hectares de terreno realçando que é um “passo” no “sentido de permitir que esta obra, vital para o futuro de uma instituição quase centenária, possa finalmente ser levada a cabo”.
O Sporting de Braga deixou, no entanto, uma crítica ao PS: “Não podemos deixar de registar, com surpresa, a posição assumida pelo Partido Socialista, que desta forma contraria decisões do passado, em que propôs e votou a favor de várias doações a anteriores direções do Sporting Clube de Braga”.