A maior parte das vezes que abordamos a importância da comunicação direcionamo-la quase sempre para processos diretamente ligados com a vida profissional ou pessoal, na forma como nos relacionamos com os outros, mas sempre numa perspetiva de processos comunicacionais entre adultos.
Mais do que falarmos em comunicação em geral, seria importante (cada vez mais) abordarmos a importância da comunicação nas escolas, aos mais pequenos, reforçando-se o poder que as palavras podem ter no outro e a transformação que podem trazer ao mundo.
Compreender-se, desde tenra idade, a importância que a comunicação tem num processo relacional, seja na vida profissional ou pessoal, torna-se uma ferramenta imprescindível na forma como nos relacionamos com o outro, condição intrínseca ao ser Humano.
O poder das palavras nas crianças e consequentemente nas escolas é um tema bastante relevante e que merece atenção. A forma como nos comunicamos pode influenciar profundamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças, bem como o clima escolar e a dinâmica de aprendizagem nas escolas.
Em relação às crianças, é importante que os adultos, em especial os pais, educadores e professores, sejam conscientes do impacto que as suas palavras podem ter. Uma comunicação positiva incentiva a motivação, autoestima e confiança das crianças, enquanto a comunicação negativa pode gerar insegurança, medo e baixa autoestima. É cada vez mais importante valorizar e incentivar a expressão oral e escrita das crianças, promovendo a sua criatividade e habilidades comunicativas.
O poder das palavras nas crianças e nas escolas em Portugal é um tema que deve ser abordado de forma consciente e cuidadosa. A comunicação positiva e respeitosa pode ser uma ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento integral das crianças e a melhoria do clima escolar e da dinâmica de aprendizagem nas escolas. O desenvolvimento de práticas pedagógicas que estimulem a reflexão crítica e o diálogo construtivo, é também uma forma de refletirmos melhor no poder das palavras, na forma como chegam ao outro.
Sabemos, também, que a comunicação é única e nunca se repete. Por muito que queiramos reiterar uma mensagem, ela nunca é pronunciada e rececionada da mesma forma. Há sempre algo de novo na arte de comunicar e é nesta beleza de estar sempre inacabada, da sua capacidade de transformação, que se torna maior. Será muito importante, assim, os mais pequenos perceberem que as palavras não são apenas letras – vogais ou consoantes – as palavras são, também, um meio de transmitir emoções, de construirmos pontes com os outros, de reforçarmos laços, de criarmos empatia, mas também de defesa e proteção.
Entendo assim que para além de aprendermos a falar, ouvir e escrever o idioma, devemos ir mais longe no entendimento das palavras, pela força que elas trazem no relacionamento com os outros. E darmos a aprender isto aos mais pequenos é a melhor forma de termos futuros adultos cada vez mais empáticos e resistentes ao embate de uma comunicação menos positiva que, inevitavelmente, surge em diferentes fases das nossas vidas.
