As autoridades espanholas e portuguesas apreenderam mais de meio milhão de euros, em dinheiro, ouro e joias à quadrilha de assaltantes de ourivesarias que cometeu 23 roubos no Minho, nomeadamente Valença, Monção, Vila Verde e Vila do Conde.
É o balanço da operação Alpina-Rasteiro, da Guarda Civil de Pontevedra, com a GNR de Braga e a Polícia Judiciária de Braga, tendo-se recuperado 118 mil euros em dinheiro e mais de 400 mil euros, em joias e ouro, roubadas em ourivesarias do Minho.
A operação, envolvendo as autoridades policiais e judiciais de Espanha e de Portugal, desmantelou uma quadrilha responsável de cometer pelo menos 23 assaltos em joalharias no Norte de Portugal desde há cerca de 15 anos, como O MINHO já noticiou.
A operação culminou com a detenção de quatro homens em Espanha e outros cinco em Portugal, precisamente no momento em que assaltavam uma ourivesaria no centro de Valença, entre o final da tarde e o anoitecer do dia 14 de novembro.
Segundo as investigações criminais, este grupo é autor de roubos nas localidades de Vila Verde, Vila do Conde, Monção e Valença, que vinham causando avultados prejuízos e uma grande inquietação, entre os ourives da região do Minho.
As investigações criminais começaram em finais de janeiro de 2024, na sequência de informações cruzadas acerca de vários roubos em joalharias situadas na região norte de Portugal, em especial no Minho, mas incidindo ultimamente no Alto Minho.
Identificou-se uma organização com estrutura hierarquizada, formada por um grupo itinerante de italianos que iam a Espanha, para roubar joalharias em Portugal, com apoio e infraestrutura logística de outros assaltantes, estes de nacionalidade espanhola.
O grupo de nacionalidade espanhola proporcionava todo o apoio logístico necessário para cometer os assaltos, arrendando vivendas e veículos, inclusivamente proporcionando-lhes armas de fogo e ferramentas adequadas para realizarem os assaltos.
A estrutura espanhola também fazia uma recolha de informações quanto às joalharias com potencial interesse para serem assaltadas, assim como as suas caraterísticas e as rotinas dos seus responsáveis, que até vigiavam durante os próprios assaltos.
Durante este assalto duas pessoas ficaram feridas com gravidade, o proprietário da ourivesaria foi agredido pelos assaltantes e um dos assaltantes, de 65 anos, de nacionalidade italiana, que enfrentou a GNR, foi baleado por um magistrado do Ministério Público que superentendia a operação, do DIAP/MP de Guimarães, que sendo também bombeiro voluntários, depois o assistiu.
Depois das detenções e com base nas ordens de investigação e detenção europeias, foram detidos os quatro espanhóis, com a base logística em Villanova de Arousa, da província de Pontevedra, na Galiza, através de seis buscas domiciliárias, nessa e em outras localidades de Pontevedra, além de uma busca num estabelecimento hoteleiro, nomeadamente em Villanova de Arousa, Redondela, Pazos de Borbén e Porriño, tendo sido recuperados na ocasião 118 mil euros, em notas do Banco Central Europeu.
Finalizada a operação, desmantelou-se aquele grupo criminal, com a detenção e a entrada em Portugal na prisão de todos sus integrantes, cinco dos quais preventiva em Braga e outros quatro em prisão preventiva em Espanha, depois de confirmada a sua ligação com os roubos cometidos no Minho, pelo menos 23 assaltos a ourivesarias e joalharias, desde há cerca de 15 anos.
A investigação foi desenvolvida policialmente através da EUROPOL, pelo Grupo de Património da Unidade Orgânica de Polícia Judicial da Guarda Civil de Pontevedra e militares da Guarda Nacional Republicana e da Polícia Judiciária de Braga.
Foi dirigida judicialmente em Espanha pelo Julgado de 1.ª Instância e Instrução N.º1 de Redondela (Pontevedra), tal como pela Seção de Cooperação Internacional do Ministério Público Provincial de Pontevedra sob coordenação da Agência EUROJUST.