Apoios para sustentabilidade da agricultura com 45% de execução

Alertou o Tribunal de Contas
Apoios para sustentabilidade da agricultura com 45% de execução
Foto: Lusa

A execução do investimento em investigação e inovação para a sustentabilidade da agricultura, alimentação e agroindústria, no âmbito do PRR, é de apenas 45%, estando em risco o cumprimento das metas fixadas para 2025, alertou hoje o Tribunal de Contas.

“A reforma prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a investigação e inovação para a sustentabilidade da agricultura, alimentação e agroindústria foi realizada no prazo previsto (com a aprovação da Agenda de Inovação para a Agricultura 2020-2030), mas a taxa de execução do investimento para a implementação da mesma é reduzida”, concluiu o Tribunal de Contas (TdC), no relatório de auditoria aos apoios do PRR para esta agenda.

Segundo a entidade, “está assim em risco o cumprimento das metas fixadas para 2025, bem como a eficácia da reforma”, uma vez que, “a escassos meses do final do prazo para a sua conclusão, a execução financeira do investimento é de apenas 45%”.

Esta situação, apontou o TdC, resulta de vários fatores, como atrasos na definição de normativos e procedimentos, morosidade do processo decisório das candidaturas e lentidão no início dos trabalhos e na submissão de pedidos de pagamentos.

O TdC concluiu também que as visitas físicas aos projetos em curso, no âmbito dos mecanismos de acompanhamento, não têm vindo a ser efetuadas de forma sistemática, “o que pode limitar a capacidade de identificação e correção atempada de desvios”, e que se impõem melhorias aos controlos de verificação da regularidade e à prevenção da fraude, corrupção e conflitos de interesses, em particular no que diz respeito ao controlo de situações de duplo financiamento e à interoperabilidade dos sistemas de informação.

Assim, a entidade recomendou ao ministro da Agricultura e Mar “que assegure a sua efetiva coordenação global e monitorização, dinamizando a operacionalização do Conselho Interministerial e do Conselho Consultivo”, e que “diligencie no sentido de serem elaboradas ações de avaliação intercalar, com divulgação dos respetivos resultados”.

Já quanto à execução do investimento do PRR, foram dirigidas várias recomendações ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), no sentido de reforçar o acompanhamento, monitorização e controlo e de colmatar limitações dos mecanismos de controlo instituídos, eliminando as incorreções identificadas.

No âmbito da contratação pública, foi recomendado ao IFAP um “planeamento adequado das necessidades e o cumprimento das regras legais sobre a não realização de pagamentos antes da publicitação dos contratos públicos e respetivas modificações no portal dos contratos públicos”.

O tribunal recomendou ainda a implementação de mecanismos sistemáticos de intercâmbio de informação entre o IFAP, a Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C) e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal (EMRP), para melhorar a gestão e controlo do financiamento e a prevenção de fraudes e duplicação de apoios.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Interior e norte do país serão as zonas mais afetadas pelas poeiras de áfrica

Interior e Norte do país serão as zonas mais afetadas pelas poeiras de África

Próximo Artigo
Construtora de braga conclui prédios de habitação acessível de 13 milhões em lisboa

Construtora de Braga conclui prédios de habitação acessível de 13 milhões em Lisboa

Artigos Relacionados