Apenas um dos seis homens que roubaram 400 mil euros a uma ourivesaria da Póvoa de Lanhoso e a armazéns e lojas confessou participação nos furtos. Mas nada disse sobre o roubo ao ourives na estrada.
Apenas um dos seis arguidos, Flávio Ricardo Cabeças, confessou hoje no Tribunal de Guimarães a sua participação em três assaltos a fábricas e armazéns, mas nada disse – alegadamente porque nele não participou – sobre o roubo, em 2018, e em plena estrada, ao carro de um ourives da Póvoa de Lanhoso, roubando-lhe 348 mil euros em joias.
O arguido, que é defendido pelo advogado João Ferreira Araújo, de Braga, falou sem a presença dos outros cinco implicados cujos nomes não indicou, e confessou, também que possuía uma arma de fogo em casa.
De seguida, um outro arguido confessou o mesmo crise o da posse de arma.
Sobre o assalto ao ourives, nada disseram.
Conforme O MINHO noticiou, nos quatro assaltos foram levados, ao todo, 400 mil euros. Os seis homens foram acusados pelo Ministério Público de Braga dos crimes de roubo qualificado com armas de fogo, homicídio tentado, furto qualificado e falsificação de documentos.
José Eduardo Cabeças, Miguel Jacinto da Silva, Lídio Prudêncio Barrela, Flávio Ricardo Cabeças e Lídio Prudêncio Varela (todos de Valongo), e ainda José Bernardo Monteiro (Guimarães), e Carlos Manuel Lucas, de Paços de Ferreira, foram detidos em maio desse ano pela PJ/Braga.
O grupo praticou quatro assaltos, o primeiro a 17 de fevereiro, a Cristóvão Peixoto, funcionário da Ourivesaria Minhota, da Póvoa de Lanhoso, que vinha da feira das Caldas das Taipas, e que foi abordado, atravessando-lhe um carro numa estrada rural em Ponte de Nasceiros, Vilela, deste concelho, por quatro deles, encapuzados e com armas de fogo. Partiram os dois vidros do lado do condutor, ameaçaram “dar-lhe um tiro” e obrigaram-no a sair do veículo – arrastando-o pela janela. Levaram objetos em ouro no valor de 350 mil euros.
Apedrejados
Depois do assalto, e quando fugiam em dois BMW’s, com matrículas falsas, foram apedrejados por trabalhadores que estavam numa obra e que se aperceberam do crime. Aí, dispararam cinco tiros para o ar e dirigidos aos trabalhadores, tendo um deles passado a milímetros de um deles.
A seguir, tentaram incendiar um dos bmw’s, com gasolina, mas fugiram ao ouvirem as sirenes da GNR que os perseguia.
Sapatos e telemóveis
O segundo assalto foi feito em maio pelas 03:00 nas fábricas, da Asial Indústria de Calçado e da Alberto Sousa, L.da, em Vizela, de onde levaram mil pares de sapatos, a maioria da marca Eureka, valendo 30 mil euros.
Para entrar, fizeram um buraco na parede das traseiras e carregaram os sapatos.
O terceiro assalto foi a 15 de junho, pelas 04:00, na Sociedade Naturana Portuguesa Confeções, em Oliveira de Azeméis, onde penetraram após terem rebentado a porta. Lá dentro, pensaram que as forças policiais estariam a chegar, pelo que fugiram sem nada.
A 20 de maio, assaltaram um armazém da Euronics, na zona industrial de Crespos, em Celorico de Basto, – da sociedade Dário A. Almeida – tendo feito um buraco na parede. Furtaram 16 telemóveis que valem 2.945 euros.
A acusação, que tem 24 testemunhas, suporta-se ainda em escutas telefónicas e em relatórios de vigilância da PJ e da GNR.
O Ministério Público quer que o dinheiro roubado pelos arguidos fique para o Estado. 348 mil do ourives, 30 mil dos sapatos, e 2.945 dos telemóveis.