Um estudo realizado por estudantes de licenciatura em Ciência Política e em Administração Pública da Universidade do Minho, que envolveu 600 pessoas do distrito de Braga, concluiu que apenas metade consegue identificar um candidato a deputado europeu.
“A União Europeia está efetivamente presente na vida dos bracarenses, mas continua distante da sua vida quotidiana. Os candidatos às eleições europeias permanecem, na generalidade, ilustres desconhecidos. A prática efetiva e respeito pelo princípio de subsidiariedade está ainda longe de ser real”, afirmou hoje Sandrina Antunes, docente na Universidade do Minho e coordenadora do estudo.
A investigação, desenvolvida no âmbito da unidade curricular Sondagens e Estudos de Opinião e pautada por três critérios – género, escalões etários e território – procurou identificar a opinião e o conhecimento da população dos 14 concelhos do distrito de Braga sobre as eleições europeias que decorrem no dia 26 de maio.
“Colocámos seis perguntas aos inquiridos, procurando identificar o seu nível de conhecimento da Europa e a avaliação que faz da pertença de Portugal à União Europeia”, esclareceu a docente.
Segundo Sandrina Antunes, o estudo conclui que 86% da população daquele distrito tem “uma visão positiva da pertença à União Europeia” e que apenas 8% dos inquiridos avaliaram a pertença do país à Europa como “pouco ou nada importante”.
O estudo avança também que 45% dos inquiridos consideram que Portugal “beneficiou mais do que perdeu” por pertencer à União Europeia e que 36% acha que Portugal “ganhou muito” em desenvolvimento e qualidade de vida com esta adesão.
Por sua vez, “apenas” 10% consideraram que o país “perdeu” com a pertença à União Europeia e 2% que Portugal “perdeu muito”.
À Lusa, a docente salientou ainda que apesar da “abstenção ser muito elevada nas eleições europeias”, com os valores a indicarem 63,08% de abstenção nas últimas eleições europeias, em 2014, neste estudo “rondou os 34%”.
“Quem se disponibiliza para responder a um inquérito tem dificuldade em dizer que não tem intenção de votar”, referiu Sandrina Antunes, acrescentando que, “mesmo assim, entre os que assumiram não votar e os que disseram ainda não saber”, foram encontrados “mais de 34% possíveis abstencionistas”.
Sandrina Antunes acrescentou que este estudo académico, que olha para aspetos tão diversos como “a importância da Europa para o desenvolvimento do país” e a sua “valorização”, permitiu aos alunos da licenciatura desenvolverem conhecimentos e a prática do “saber-fazer”.