A história de Rodrigo pode ser a de muitos outros em situação semelhante. Vítima de bullying há sete anos no Agrupamento de Escolas de Melgaço, só agora viu a situação resolvida, depois da Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) ter instaurado processos disciplinares aos responsáveis do agrupamento, por alegadamente terem omitido o caso.
Em declarações à CNN Portugal, o jovem descreveu várias situações, sendo a mais recente a perseguição e agressão, com pontapés, alegadamente cometidas por um grupo de 15 a 20 rapazes. Rodrigo, e os pais, contaram à diretora de turma, mas a resposta foi que ninguém tinha visto.
Os pais de Rodrigo resolveram ir à escola falar com a diretora do agrupamento, mas terão sido ignorados e ainda levaram com uma queixa na GNR por ameaças. “Não havia qualquer ameaça mas um simples desabafo”, disse a mãe, à CNN Portugal. Essa queixa acabou arquivada.
Mas a queixa dos pais à IGEC não foi arquivada, levando mesmo a um despacho onde é referido que a diretora do Agrupamento de Escolas de Melgaço, Paula Cerqueira, “cometeu infação disciplinar, por omissão, com grave negligência ou desinteresse pelo cumprimento dos seus deveres funcionais, ao não ter cumprido as suas obrigações”.
Para além de um processo disciplinar instaurado à diretora de turma do aluno, há outro para a diretora do agrupamento. Esta última foi alvo de “suspensão graduada em 80 dias, suspensa na sua execução pelo período de dois anos. E ainda, a sanção disciplinar acessória de cessação da comissão de serviço, igualmente suspensa pelo período de dois anos”.
Ao mesmo canal, a mãe referiu que “esta condenação vem validar tudo aquilo de que o meu filho se queixou ao longo de tanto tempo”.
