O SC Braga rejeitou hoje a ideia de que a cláusula existente no contrato de venda do futebolista David Carmo para o FC Porto possa configurar um eventual conflito de interesses.
O defesa central foi transferido recentemente para o clube portista por 20 milhões de euros (ME), um recorde entre clubes portugueses, valor que pode ser acrescido de 2,5 ME caso os ‘dragões’ conquistem o título nos cinco anos de contrato de David Carmo (500 mil euros por campeonato).
Esta cláusula suscitou críticas de alguns quadrantes por entenderem que configura um conflito de interesses e, hoje, o SC Braga emitiu um comunicado assinado pelo seu presidente, António Salvador, rejeitando “insinuações” e salvaguardando a posição do clube minhoto.
O SC Braga começa por notar que “a inclusão de cláusulas associadas a performance individual e/ou coletiva é prática comum, há já largos anos, tanto no plano nacional como nos principais campeonatos europeus, sem que daí resultem indícios que comprometam a integridade das competições”, atribuindo a “profunda ignorância ou gritante má-fé” a discussão agora gerada, sugerindo que “SC Braga e FC Porto abriram uma caixa de Pandora”.
Para o líder ‘arsenalista’, aliás, “a forma como a discussão tem sido feita é, mais uma vez, reveladora de uma cultura desportiva doentia, totalmente absorvida à volta de três clubes [FC Porto, Sporting e Benfica]”.
“Em momento algum o SC Braga pode pactuar com insinuações sobre as suas práticas e os seus interesses. Nunca, em quase 20 anos na presidência, permiti que qualquer contrato celebrado com terceiros interferisse com treinadores e jogadores”, garante António Salvador, assegurando ainda “compromisso absoluto e intransigente para com a competição e para com a responsabilidade máxima de, em cada jogo, honrarem o nome deste clube, entrando em campo para vencer, seja onde e quando for, seja contra quem for”.
Ainda assim, o SC Braga diz-se “obviamente disponível, como sempre esteve no passado, para participar num amplo debate e para votar favoravelmente qualquer proposta que contribua para dotar o nosso futebol de regulamentos que valorizem a integridade das competições”.