António Costa apresenta demissão

Foto: Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, acabou de anunciar que a apresentou a sua demissão ao Presidente da República após o anúncio de que estava a ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça.

“É meu entendimento que a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, sobre a sua boa conduta e menos ainda sobre a suspeita de prática de qualquer ato criminal. Obviamente, apresentei a minha demissão ao senhor Presidente da República”, disse o primeiro-ministro.

“Ao longo destes quase oito anos dediquei-me de alma e coração a ser vir Portugal e os portugueses. Estava totalmente a cumprir o mandato que os portugueses me confiaram até ao final da legislatura”, afirmou António Costa.

Não se recandidata

O primeiro-ministro refere que foi “surpreendido pela informação de que já foi ou irá ser instaurado um processo crime” sobre si pelo Supremo Tribunal de Justiça, garantindo que, “obviamente”, está “totalmente disponível para colaborar com a justiça em tudo o que entenda necessário para apurar a verdade seja em que matéria for”.

“Quero dizer olhos nos olhos aos portugueses que não me pesa na consciência qualquer ato ilício ou censurável”, salientou, garantindo que confia “plenamente na justiça”.

Nas respostas aos jornalistas, António Costa deu a certeza de que não se irá recandidatar ao cargo de primeiro-ministro.

A comunicação ao país de António Costa, a partir da residência oficial do primeiro-ministro, acontece também na sequência de buscas em São Bento, visando o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, e membros do seu Governo.

António Costa apresentou a demissão ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro, cargo para o qual foi empossado em 26 de novembro de 2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Investigação aos negócios do lítio e hidrogénio verde

Recorde-se que o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus e um consultor foram detidos no âmbito da investigação aos negócios do lítio e hidrogénio verde.

A informação foi confirmada oficialmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) numa nota divulgada ao final da manhã, na qual justifica as detenções.

Embora não sejam identificados todos os detidos, alguns meios de comunicação social já indicaram que o consultor é Diogo Lacerda Machado, advogado e empresário próximo do primeiro-ministro, enquanto os administradores da sociedade Start Campus de Sines serão Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.

Foram realizadas sob a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) 17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicílio de advogado e 20 buscas não domiciliárias, nomeadamente, em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro; no Ministério do Ambiente e da Ação Climática; no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima; na Câmara Municipal de Sines e na sede de outras entidades públicas e de empresas.

 
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