O primeiro-ministro advertiu hoje que a reforma estrutural da floresta é um “desafio para décadas”, apelando a que não se perca tempo e defendendo que “tudo o que se fizer é pouco” para mitigar o risco de incêndios.
Em declarações aos jornalistas depois de ter visitado, esta manhã, faixas de intervenção em gestão de combustível em Ortiga e a zona do Alto da Caldeirinha, ambas no concelho de Mação, António Costa salientou que, “todos os anos, o risco de incêndios aumenta com as alterações climáticas”.
O primeiro-ministro referiu que, caso a humanidade consiga atingir as metas fixadas no Acordo de Paris – manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus até ao final do século -, o risco de incêndios florestais em Portugal irá, ainda assim, aumentar seis vezes.
“Portanto, tudo o que se fizer, é pouco para garantir o reforço que nós temos para enfrentar este aumento do risco”, sublinhou.
Para António Costa, “este não é um desafio que se vença este ano, no próximo ano, é um desafio para décadas que o país tem para conseguir transformar estruturalmente essa floresta”.
“Agora, quando nós dizemos, ‘o desafio é para décadas’, vamos deixar para amanhã? Não, temos é de acelerar hoje, porque quanto mais fizermos hoje, mais depressa completamos aquilo que só se obtém ao final da década”, salientou.
Costa referiu que, se só se começar a transformação estrutural da floresta na década de 2030, só “lá para 2060” é que estará completa.
“Se nós começarmos já agora, nós vamos começar a ter resultados já em 2030, e vamos ter mais resultados em 2040. Portanto, não podemos perder tempo”, vincou.
O primeiro-ministro acrescentou ainda que “é muito importante ter os meios para combater os incêndios”, mas “é muitíssimo mais importante prevenir o risco de incêndio”.
“A melhor maneira de o fazer é transformar a paisagem, esta floresta, o território”, salientou.
António Costa está hoje a visitar ações de prevenções florestal. Depois de ter estado em Mação, o primeiro-ministro irá também ao Sardoal e a Pedrógão Grande, onde participará na cerimónia de inauguração de um memorial em homenagem às vítimas dos incêndios de 2017.