António Braga quer criar Área Metropolitana de Braga e deixar cair “metrobus”

Candidato do PS à Câmara de Braga
António Braga, candidato do PS à Câmara de Braga. Foto: PS

António Braga, candidato do Partido Socialista (PS) às próximas eleições autárquicas de 2025, manifestou ontem a vontade de criar uma Área Metropolitana de Braga, à semelhança das já existentes com Porto e Lisboa, de forma a aumentar a voz de reivindicação junto do poder central. O histórico socialista teceu ainda várias críticas ao projeto do BRT (metrobus), afirmando mesmo que caso seja eleito, poderá suspender o processo, caso ainda vá a tempo.

Na apresentação dos candidatos PS dos diferentes municípios do distrito de Braga, e com a presença do secretário-geral Pedro Nuno Santos, o candidato de Braga começou por falar na ideia da Área Metropolitana de Braga, que teria, segundo o próprio, muito mais “força para negociar” do que as atuais CIMs (Comunidades Intermunicipais), que apelidou de “organizações mais ou menos embrionárias e até amadoras”.

“Acho que temos de nos colocar um desafio a todos nós. Que é criar a grande Área Metropolitana do distrito de Braga e com ela poder reivindicar ao nível das áreas do Porto e de Lisboa, os mesmos apoios para transportes, outras estruturas de convivência das comunidades, porque somos igualmente importantes, temos 850 mil pessoas que vivem no distrito e devemos fazer um esforço concertado para criarmos esta área metropolitana”, vincou, perante aplausos dos militantes e dos restantes 12 candidatos às câmaras socialistas (Terras de Bouro ainda não foi apresentado).

Para António Braga, “basta o distrito de Braga” para criar a designada área, mas “se vierem mais, são bem vindos”, referindo-se ao distrito de Viana do Castelo e até possivelmente de Vila Real.

“Mas basta para termos a mesma força para negociar com o futuro primeiro-ministro Pedro Nuno Santos apoios para o distrito como devem ser feitos. E ele será o primeiro a perceber a força desta unidade que cá tem de ser criada”, sublinhou.

Alta Velocidade com Área Metropolitana de Braga

O candidato socialista à Câmara de Braga lembrou que vem aí a Alta Velocidade, que “passará algures no concelho entre Semelhe e Aveleda, por ali, mais ou menos”, e seria importante ter já criada a referida área metropolitana para dar vantagem a todos os municípios incluídos, ao invés de alguns.

“Há necessidade de criar ali uma plataforma de comunicação entre essa estação e toda esta área metropolitana a que eu me referi. Portanto, temos de saber conjugar forças, saber buscar investimentos capazes para desenvolver essa força motora nesse sentido”, vincou.

Criticas ao BRT

“O tempo das capelinhas, desculpem a expressão, já lá vai. Já não há senhores feudais, nem os queremos, muito menos a âncora da mundivisão do Partido Socialista. Nós somos modernos, e sabemos olhar para o lado e perceber quais são os projetos que funcionam e os que não funcionam. O dinheiro que vem da UE, se for mal gasto, é tão mal gasto o da UE como o nosso, e não se deve gastar mal o dinheiro dos contribuintes, seja dos nossos ou dos europeus”, prosseguiu António Braga, para atacar o projeto do “metrobus”, em vias de desenvolvimento pelo executivo de Ricardo Rio com apoios comunitários

“E nessa medida, é que eu queria dar o exemplo de Braga. Andam agora a falar esta governação que ainda restará estes meses no município, andam a falar em colocar aqui o famoso BRT, que no fundo é um autocarro com duas carruagens elétricas, mas que em lugar de resolver os problemas de circulação e fluidez do trânsito, nos vai entupir ainda mais o trânsito, porque exige uma via dedicada. Vai estreitar as vias do concelho. E sabem qual é a principal desculpa? Temos 100 milhões de euros da UE que temos de os gastar. Eu quero dizer com todas as letras. É um erro deitar dinheiro fora seja da UE, seja dos contribuintes portugueses”, vincou.

O candidato socialista espera “ainda chegar a tempo para interromper esse processo e estudar o assunto e os dossiês e encontrar uma solução que tenha fundamento científico, técnico e que tenha viabilidade e utilidade para responder à necessidade das pessoas”.

Para Braga, o BRT “é um exemplo flagrante, também de uma diferença entre os que acham que é dinheiro da UE, vamos aproveitar e gastá-lo, e depois criámos elefantes brancos que além de não servirem para nada, vão estorvar e estragam a reputação nacional na UE”.

 
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