António Barroso (Remelhe, Barcelos) deverá ser beatificado em 2018

O antigo bispo do Porto António Barroso vai ser declarado “venerável” a 8 de março, no âmbito do respetivo processo de beatificação, informou esta segunda-feira o presidente da Assembleia Municipal de Barcelos.

Duarte Nuno disse que a notícia da declaração de “venerável” lhe foi adiantada por Amadeu Araújo, vice-postulador da causa de beatificação de António Barroso.

“É uma excelente notícia para o concelho de Barcelos em geral e, em particular, para a freguesia de Remelhe, onde António Barroso nasceu”, referiu Duarte Nuno.

Acrescentou que o processo de beatificação deverá estar concluído até 31 de agosto de 2018.

Na Igreja Católica, o título canónico de “venerável” é concedido àqueles a quem postumamente seja reconhecida a prática de virtudes heroicas, sendo condição “cine qua non” para avançar o processo de beatificação.

A beatificação é a penúltima etapa para a declaração da santidade.

Para alguém se tornar beato, é necessária a comprovação de um milagre por sua intercessão, sendo esta condição necessária em caso de martírio.

No caso de António Barroso, o “miraculado” foi um homem de Vila Verde que usava óculos com 15 dioptrias e a quem os médicos diziam que não havia qualquer possibilidade de operação.

No entanto, o doente pediu a intercessão de António Barroso e insistiu em ser operado, acabando por recuperar a visão a 100 por cento.

António Barroso nasceu em Remelhe, Barcelos, em 5 de novembro de 1854, tendo sido missionário em Angola, Moçambique e Índia.

Foi depois, de 1899 a 1918, bispo no Porto.

Ficou célebre pela forma como lutou contra a perseguição feita à Igreja Católica por Afonso Costa, na sequência da implantação da República Portuguesa.

Em 1911, não acatou a ordem do governo da primeira República de Portugal e mandou ler nas igrejas a carta pastoral dos bispos.

Foi chamado, julgado e “desterrado” da diocese do Porto para Cernache do Bonjardim.

Cumprida a pena e regressado à diocese do Porto, em 1917 voltou a ser “desterrado”, desta vez para Remelhe.

Faleceu, “com fama de santo”, em 31 de agosto de 1918, no Porto, estando sepultado numa capela no cemitério de Remelhe.

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